segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Iluminação elétrica no Rio de Janeiro pelo sistema de arco voltaico

 

Thomas Edison, por exemplo, recebeu patentes para o fonógrafo (n° 7072 de 1878) e para equipamentos para distribuição de luz elétrica (n° 7151 de 1879 e n° 26 de 1883). Em 1879 Edison constrói o primeiro serviço público de distribuição de energia elétrica na cidade de Nova Iorque, ao passo que no mesmo ano Pedro II inaugura a iluminação elétrica da antiga Estação da Corte (hoje Estação Pedro II no campo de Santana) com seis lâmpadas de arco voltaico, tipo Jablochkhoff que substituem 46 bicos de gás e produzem melhor iluminação, projeto do engenheiro João Raymundo Duarte.[1] Outras 16 lâmpadas são instaladas no Campo da Aclamação (hoje Praça da República no Rio de Janeiro) em julho de 1881 para permitir um trabalho noturno de calçamento das ruas. Inventadas em 1867 pelo russo Pavel Jablochkhoff estas lâmpadas, usadas na Opera de Paris e apresentada com sucesso na exposição de Paris de 1878[2], eram conectadas a fonte de energia elétrica proporcionando uma luminosidade melhor que as lâmpadas de gás, além de não possuir partes móveis e com menos custo tendo sido posteriormente superadas pelas lâmpadas de Edison mais estáveis e de maior vida útil. O arco produzia-se imediatamente acima dos eletrodos descendo gradualmente à medida que estes se consumiam. [3] As lâmpadas de Jablochkhoff tinham o arco frequentemente extinto pelo vento ou por flutuações na tensão elétrica[4] tendo sido patenteadas na França (FR112024) em 1876 e Inglaterra (GB3552) e licenciadas para diferentes países[5] Em 1887 foi inaugurada com capitais belgas a Companhia Força e Luz usando não o sistema de iluminação de Edison o do concorrente belga Edmond Julien e usado por Furtado Coelho no Teatro Lucinda na rua Pedro I. [6]



[1] TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX, Rio de Janeiro:Clube de Engenharia, 1994, p.562

[2] http://en.wikipedia.org/wiki/Pavel_Yablochkov

[3] READERS'S DIGEST, História dos grandes inventos, Portugal, 1983, p.194

[4] CULLIS, Roger. Patents, inventions and the dynamics of innovation: a multidisciplinary study, Edgard Elgar, 2007, p.85

[5] WOODSIDE, Martin. Thomas Edison: the man wgo lit up the world. Sterling, 2007

[6] GERSON, Brasil. História das ruas do Rio, Rio de Janeiro: Brasiliana, 1965, p. 175



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