Em 1139,
depois da vitória na batalha de Ourique contra os mouros, D. Afonso Henriques
afirma-se como rei de Portugal a partir de 1140 com o apoio dos nobres
portugueses, ainda que isso não significasse a quebra completa dos laços
feudais pois as cláusulas de auxílio militar ficavam mantidas a seus vassalos.[1] José
Mattoso, por sua vez, entende que somente se pode falar em Estado português após
o reinado de Afonso II (1211-1223), processo que teve continuidade com seu
filho Afonso III (1248-1279) e neto D. Dinis (figura) (1279-1325), em que se consolidou
a criação de um aparelho de Estado que permitiu a integração da Nação. Será, contudo,
apenas com a Revolução de Aviz (1383-1385) em que a mobilização das camadas
inferiores e aburguesamento da sociedade portuguesa, confere a Portugal uma feição
nacional.[2] Segundo
Oliveira Martins: “é um preconceito fazer do conde D. Henrique o fundados
consciente da independência de uma nação, quando o conde apenas cuidava de uma
independência pessoal e própria. O sentimento de independência nacional, a
ideia de que os reis são os chefes e
representantes de uma nação, e não os donos de uma propriedade que defendem e
tratam de alargar, bem se pode dizer que só data da dinastia de Avis, depois do
dia memorável de Aljubarrota”[3].
Na expansão portuguesa alcançada com as grandes navegações que se iniciam com a
tomada de Ceuta na costa africana em 1415 em ataque aos “infiéis” muçulmanos, o
que valeria a Portugal o apoio da Igreja à sua recente vitória na batalha
contra os espanhois em Aljubarrota em
1385[4], destaca-se o recurso ao uso das caravelas como
embarcação ágil e capaz de navegar em águas de pouca profundidade como de
cruzar os oceanos. Para Oliveira Martins o papel de Portugal nas conquistas
marítimas a partir da dinastia Avis se assemelha à importância da Fenícia na
antiguidade.
[1] MARQUES, Oliveira.
Brevíssima história de Portugal, Rio de Janeiro: Tinta da China, 2016, p. 22
[2] ARRUDA, José Jobson. Prismas da história de Portugal. In: TENGARRINHA, História
de Portugal, Bauru: Edusc, 2001, p. 13
[3] MARTINS, Oliveira. História de Portugal, Lisboa:Versial, 2010, p. 17 Edições
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