terça-feira, 2 de novembro de 2021

A formação de Portugal

 

Em 1139, depois da vitória na batalha de Ourique contra os mouros, D. Afonso Henriques afirma-se como rei de Portugal a partir de 1140 com o apoio dos nobres portugueses, ainda que isso não significasse a quebra completa dos laços feudais pois as cláusulas de auxílio militar ficavam mantidas a seus vassalos.[1] José Mattoso, por sua vez, entende que somente se pode falar em Estado português após o reinado de Afonso II (1211-1223), processo que teve continuidade com seu filho Afonso III (1248-1279) e neto D. Dinis (figura) (1279-1325), em que se consolidou a criação de um aparelho de Estado que permitiu a integração da Nação. Será, contudo, apenas com a Revolução de Aviz (1383-1385) em que a mobilização das camadas inferiores e aburguesamento da sociedade portuguesa, confere a Portugal uma feição nacional.[2] Segundo Oliveira Martins: “é um preconceito fazer do conde D. Henrique o fundados consciente da independência de uma nação, quando o conde apenas cuidava de uma independência pessoal e própria. O sentimento de independência nacional, a ideia de que os reis  são os chefes e representantes de uma nação, e não os donos de uma propriedade que defendem e tratam de alargar, bem se pode dizer que só data da dinastia de Avis, depois do dia memorável de Aljubarrota”[3]. Na expansão portuguesa alcançada com as grandes navegações que se iniciam com a tomada de Ceuta na costa africana em 1415 em ataque aos “infiéis” muçulmanos, o que valeria a Portugal o apoio da Igreja à sua recente vitória na batalha contra os espanhois em Aljubarrota  em 1385[4],  destaca-se o recurso ao uso das caravelas como embarcação ágil e capaz de navegar em águas de pouca profundidade como de cruzar os oceanos. Para Oliveira Martins o papel de Portugal nas conquistas marítimas a partir da dinastia Avis se assemelha à importância da Fenícia na antiguidade.



[1] MARQUES, Oliveira. Brevíssima história de Portugal, Rio de Janeiro: Tinta da China, 2016, p. 22

[2] ARRUDA, José Jobson. Prismas da história de Portugal. In: TENGARRINHA, História de Portugal, Bauru: Edusc, 2001, p. 13

[3] MARTINS, Oliveira. História de Portugal, Lisboa:Versial, 2010, p. 17 Edições Kindle

[4] BUENO, Eduardo. Brasil, terra a vista, Porto Alegre, L&PM, 2000, p.20



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