Um fator que explica
o crescimento do mercado interno na colônia foi o crescimento cada vez maior de
imigrantes vindos da metrópole. Portugal vinha emitindo sucessivas cartas
régias no intuito de restringir a emigração como a de 1667, 1674, 1694, os
decretos de 1709 e 1711 e as provisões de 1709, 1713 e 1744. O decreto de 1709 informava
que “Tendo em consideração ao grave prejuízo que se segue a este Reino, da
muita gente que dele de ausenta para as conquistas, principalmente da província
do Minho [...] que sendo a mais povoada, se acha hoje em estado que não há
gente necessária para a cultura das terras”.[1] Charles Boxer registra que mais de três quintas partes dos portugueses vinham
da província do Minho e Douro.[2] A
lei de 1720 dizia: “não tendo bastado as providências dos decretos de 1709 e
1711 para obstar a que do reino passe para o Brasil a muita gente que todos os
anos dele se ausenta, mormente da província do Minho, que sendo tão povoada, já
não tem a gente necessária para a cultura das terras, cuja falta é tão
sensível, que se torna urgente acudir com um remédio eficaz, a frequência com
que se vem despovoando o reino”.[3] Em tom de exagero o Triunfo Eucarístico de 1734 um texto em referência a
festividade realizada em 1733 na cidade brasileira de Ouro Preto, então Vila
Rica, que marcou a trasladação do Santíssimo Sacramento da Igreja do Rosário e
a sua condução triunfal até a Igreja do Pilar, afirma que “meio Portugal já
emigrara para o Brasil” em reflexo à busca pelo ouro de Minas Gerais[4] que fez a capitania ultrapassar os trezentos mil habitantes em 1776.[5] Laurentino Gomes menciona que de 1700 a 1800 cerca de meio milhão de
portugueses emigraram para o Brasil da mesma forma eu na mesma época aumentou
em muito o trafico de escravos vindos principalmente para a região mineradora
de Minas Gerais[6].
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