A palavra grega hieróglifo foi utilizada pela primeira vez por Clemente de Alexandria no ano 200 d.c.[1] Paul Johnson aponta que enquanto na Mesopotâmia a escrita evolui de pictogramas, para ideogramas e finalmente signos fonéticos, no Egito não há qualquer registro de escrita pré fonética o que sugere os sacerdotes egípcios terem se baseado na escrita suméria fonética.[2] David Silverman destaca que os primeiros hieróglifos tinham como objetivo constituir mensagens visuais que não representam necessariamente comunicações verbais a serem pronunciadas. Um tipo de sacerdote do Reino Antigo era chamado de sacerdote Leitor ou sacerdote de leitura, que tinha a responsabilidade de ler texto para as pessoas que não eram alfabetizadas, que formavam a grande maioria da população. Os egípcios poderiam expressar alguns dos sons de sua língua em três dimensões, como na entrada de um templo egípcio que funciona não apenas como um elemento arquitetônico, mas também retrata um sinal hieroglífico tridimensional, akhet, a palavra egípcia antiga para horizonte. O hierático era uma versão de escrita dos hieróglifos que surgiu praticamente simultaneamente com o uso expandido de hieróglifos, menos pictográfico, mais abstrato e com uso menos formal.[3] Wiliam Warburton observa que os antigos egípcios mantinham dois tipos de escrita: “uma para descobrir o que se quer dizer e manifestá-lo aos outros, sendo a outra no entanto para manter a coisa oculta”.[4] Paul Johnson, contudo, observa que é falaciosa a conclusão de que os hieróglifos se prestavam a um objetivo arcano enquanto o demótico se prestaria a língua do cotidiano.[5] As primeiras inscrições de hieróglifos egípcios foram encontradas em um cemitério em Abidos na chamada tumba J. datada de 3200 a.c[6] aproximadamente o mesmo período em que surge a escrita suméria. Christian Jacq observa que cada signo em hieróglifo era considerado como um ser vivo a ponto de a representação de animais perigosos ou impuros, tais como serpentes e leões era feita com os animais cortados ou mutilados para não fazer mal ao faraó morto e ressuscitado, ou seja, a linguagem assumia um valor mágico.[7]
[1] JOHNSON, Paul. História
Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 248; VERCOUTTER, Jean. O
Egito antigo, São Paulo:DIFEL, 1974, p. 12
[2] JOHNSON, Paul. História
Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 31
[3] SILVERMAN,
David. Wonders of Ancient Egypt Semana 3 Hieroglyphs: Part 1 https://www.coursera.org/learn/wonders-ancient-egypt/lecture
[4] DANIKEN, Erich von. Os olhos da esfinge, São Paulo:Melhoramentos, 1991, p.145
[5] JOHNSON, Paul. História
Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 357
[6] MANUELIAN, Peter der. Module 6: Hieroglyphs: scripts and phases.
Harvard online Courses: Pyramids of Giza: Ancient Egyptian Art and Archaeology,
2018.
https://online-learning.harvard.edu/course/pyramids-giza-ancient-egyptian-art-and-archaeology?offset=12
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