Manuela Carneiro traz estimativas de população indígena no Brasil do descobrimento de Rosenblat (1954) e Julian Steward (1949) estimam em 1 milhão de habitantes. Denevan (1976) avalia em 6,8 milhões a população aborígines da Amazónia, Brasil central e costa nordeste, o que corresponde a densidade de 14,6 habitantes/km quadrado ao passo que na península ibérica na mesma época este número era 17 habitantes/km quadrado. Darcy Ribeiro utiliza a taxa de depopulação do México de Cook e Borah (1957) de 25 para 1 para estimar em 5 milhões a população indígena tendo em vista a população residual atual de 200 mil índios, no entanto, há que se considerar que é consenso que os espanhóis foram mais cruéis que os portugueses em suas conquistas na América. Dobyns com base em dados do México na época da conquista espanhola, com taxas de depopulação de 20 a 25 para 1, estima que como a população indígena mais baixa tenha chegado a 100 mil índios em 1957, então, isso levaria a um valor em torno de dois milhões a dois milhões e meio de índios em 1500, caso se observe o mesmo decaimento na população que o caso mexicano. Os manduruku decresceram de 20 mil em 1915 para 1200 em 1950 (uma queda de 16,6 para 1 em apenas 35 anos !), enquanto que os timbira decresceram de 1000 em 1900 a apenas 40 em 1950 (uma queda de 25 para 1 em 50 anos), o que mostra que a taxa de 20 ou 25 para 1 em 500 anos parece conservadora. Nas reduções jesuíticas do sul do Brasil por volta de 1630 viviam 40 mil índios em 469 mil km2., ou 0,85 habitantes por km2. Se estimarmos que em 1500 haviam quatro vezes mais índios, teríamos 3,4 habitantes por km2 que projetado para todo território brasileiro levaria a um número total de 2 milhões e 900 mil índios, o que parece superestimado pois dificilmente esta mesma densidade população se manteria homogênea por todo território. Pierre Clastres por sua vez usa dados de Hans Staden que que no século XVI calcula uma média de 600 índios por aldeia tupinambá, sendo que cada aldeia ocupa cerca de 150 km2. Como segundo Pierre Clastres havia um total de área útil dos guarani de cerca de 350 mil km2, isso corresponderia a 2340 aldeias, e portanto cerca de 1 milhão e 400 mil índios. No entanto o território guarani não era necessariamente o mesmo ocupado pelos tupinambá, além do cálculo ignorar as tribos nômades.[1]
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