O termo "Azoth" (mercúrio alquímico) é formado pela primeira e última letras do alfabeto inglês a-z, que representam o começo e fim de toda a criação, o alfa e omega dos filósofos gregos, o aleph e tau dos cabalistas hebreus.[1] Atribui-se ao enxofre o princípio masculino e ao mercúrio o princípio feminino. O “ovo filosófico”, ou “ovo cósmico” dos alquimistas era o lugar onde enxofre e mercúrio deveriam acasalar para gerar novos metais[2] em um processo submetido a calor moderado conhecido como “via úmida”. Na “via seca” a mesma operação era acelerada com o calor produzido por um cadinho, no entanto, envolvendo muito mais riscos de explosão[3]. Os metais segundo a tese alquímica formavam-se no centro da terra pela combinação desses dois princípios em proporções variáveis. O ferro, por exemplo, metal vil era mais rico em enxofre que o ouro ou a prata estes metais considerados perfeitos. Estabelecia-se assim uma hierarquia de metais dos menos nobres aos mais nobres: ferro, cobre, chumbo, estanho, mercúrio, prata e ouro.[4] Para os alquimistas todos os metais nasciam do seio da mãe terra a partir do mercúrio e do enxofre, os dois princípios básicos, da mesma forma que os ossos crescem no embrião a partir de um ovo.[5] O mercúrio era considerado a chave de certos mistérios da natureza, uma vez aquecido ele permitia destilar o metal e inversamente, o cinábrio sublimava-se a partir de uma mistura de enxofre e mercúrio simplesmente aquecida.[6] A sequência de volatizações ou sublimações é normalmente representada nos textos de alquimia por águias azuis.[7] A sublimação na qual um sólido se converte em vapor era tratada de forma análoga ao espírito deixando o corpo e a rescristalizações estavam ligadas a teses sobre reencarnação.[8]
[1] SUZAKU, Dictionaire
Alchimique, 2008 http://suzaku-serialexperiments.blogspot.com/
[2] LAFONT, Olivier. A
química. In: COTARDIÈRE, Philippe. História das ciências: da antiguidade aos
nossos dias, Rio de Janeiro:Saraiva, 2011, p.151
[3] MACHADO, Jorge. O que é alquimia ? Coleção primeiros passos, São Paulo:
Brasiliense, 1991, p. 42
[4] LAFONT, Olivier. A
química. In: COTARDIÈRE, Philippe. História das ciências: da antiguidade aos
nossos dias, Rio de Janeiro:Saraiva, 2011, p.148
[5] BRONOWSKI, J. A escalada
do homen, São Paulo:Martins Fontes, 1979, p.139
[6] TATON, René. A ciência
moderna: o Renascimento, tomo II, v.I, São Paulo:Difusão, 1960, p. 129
[7] DE ROLA, Stanislas.
Alquimia. Lisboa:Ed. Del Prado, 1996, p. 35
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