Por muito tempo a Amazônia foi considerada uma região periférica e receptora das técnicas que tinham origem nos Andes e Mesoamérica tal como descrito por Julian Steward nos sete volumes de Handbook of South American Indians publicado na década de 1940 e em que define o conceito de “cultura de floresta tropical” numa mistura de elementos evolucionistas e difusionistas numa combinação de processos adaptativos locais e influências externas.[1] Para Robert Lowie entre as características fundamentais do desenvolvimento esta cultura estavam a domesticação de tubérculos e o desenvolvimento das técnicas de navegação ribeirinhas. Robert Southey aponta que o caráter nômade das tribos indígenas brasileiras retardava o progresso.[2] Francisco Carlos identifica pelos menos três grandes áreas agrícolas onde houve e domesticação de plantas pelos indígenas: i) a área da mandioca domesticada pelos tupis na bacia do Amazonas segundo Donald Lathrap, ii) a área do milho entre o rio Guaporé até a bacia do Paraná Paraguai penetrando até a serra do Mar em São Paulo, iii) a área da batata doce no Brasil central atingido o litoral do Nordeste.[3] Claude Levi Strauss aponta que ao contrário da Europa, a agricultura nas Américas não caminhou junto com a domesticação de animais: “Na América o instrumental lítico se perpetua numa economia agrícola que, na Europa, está associada ao início da metalurgia”.[4]
[1] NEVES, Eduardo Goes. O
Velho e o novo na arqueologia amazônica. Revista USP, 2000, n.44, p.88
[2] SOUTHEY, Robert.
História do Brasil, Brasília: Melhoramentos, 1977, v.1, p. 188
[3] FILHO, Ivan Alves. História pré colonial do Brasil, Rio de Janeiro: Europa
Editora, 1987, p.163
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