O
investimento direto da Inglaterra no Brasil mais do que triplicou entre 1865 e
1885[1].
Richard Graham (figura) no seu livro Grã Bretanha
e o início da modernização no Brasil narra uma estória em de um brasileiro
do século XIX vestido impecavelmente no estilo inglês com terno de casimira e
gravata em pleno dia quente. Quando interpelado por estar vestido daquela forma
respondeu sem hesitar: “É que não se sabe
se estará chovendo em Londres!”.[2] O jornalista francês Max LeClerc ao aportar ao Rio de Janeiro em 1889 narra os
costumes da elite carioca: “Sob um clima abrasador, em uma cidade onde o
termômetro atinge facilmente os 40 graus à sombra, os brasileiros se obstinam a
viver e a se vestir como se fossem europeus. Eles trabalham nas horas mais
quentes do dia, das 9 da manhã às quatro da tarde, como se fossem negociantes
londrinos. Eles passeiam nas ruas usando jaquetões escuros, cartolas de copa
alta e se submetem ao martírio com a mais perfeita resignação. O problema é
que, apesar das aparências, eles não dispõem de meios para viver nos trópicos.
A municipalidade do Rio de Janeiro não garante sequer o saneamento adequado da
cidade, periodicamente assolada pela febre amarela”.[3] Perfumes de empresas como John Gornell, produtos de beleza da Rowland´s e
sabonetes de William Rieger eram comercializados. Segundo Maria Graham esposa
de oficial da marinha inglesa e amiga da imperatriz Leopoldina, em visita ao
Rio de Janeiro: “Fui a terra fazer
compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como seleiros e armazéns
não muito diferentes do que chamamos na Inglaterra um armazém italiano de secos
e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias ao atacado
a retalhistas nativos ou franceses”.[4] O inglês Alexander Caldcleugh comenta: “o
comércio brasileiro pode ser considerado inteiramente nas mãos dos britânicos,
como se existisse um exclusivo de monopólio a seu favor no tratado de 1810”. Segundo
John Mawe: “o mercado ficou inteiramente
abarrotado tão grande e inesperado foi o fluxo de mercadorias inglesas no Rio
após a chegada do Príncipe Regente”.[5] Por conta de encalhes de produtos britânicos devido
as guerras continuadas e da organização do bloqueio continental foram enviados
diversos produtos e entre os absurdos incluem patins[6] e produtos inadequados como roupas de lãs superfinas e outros produtos de luxo
“a um povo tão incapaz de adotá-los como
de convencer-se de sua utilidade”. [7]
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