Jaime Cortesão destaca o papel ilustrado de Alexandre de Gusmão em considerar a ciência dos conhecimentos geográficos e históricos como fundamento para a política, colocando no centro das ações a ciência tal como posteriormente fisiocratas franceses e enciclopedistas franceses, tais como Montesquieu, Turgot e Quesnay se destacariam posteriormente nesta integração entre política e ciência da qual Alexandre Gusmão foi pioneiro: “torna-se necessário situar esse conceito na história das ideias durante o século XVIII para nos darmos conta de quanto ele é novo e contém em si germes revolucionários”.[1] Na análise de Jaime Cortesão: “polígrafo, de aptidões múltiplas e curiosidades inesgotáveis Alexandre de Gusmão entregou-se, como os grandes espíritos do Renascimento e das épocas renovadoras, em geral, a todas as preocupações da sua época. O seu discurso de entrada na Real Academia é uma obra prima no gênero, que só por si, anuncia um historiador, animado pelo mais avançado espírito do seu tempo. Homem de ciência, apaixonado pela filosofia experimental e o conhecimento das leis da Natureza, nas suas relações com a política, promove por todos os meios o estudo da geografia da América do Sul e ele próprio funda nesses novos conhecimentos e compreensão geopolítica da divisão das soberanias e dos Estados no continente”.[2] Jaime Cortesão coloca o luso brasileiro Alexandre de Gusmão junto com o português Luiz da Cunha como um dos maiores expoentes do Iluminismo em Portugal. Outros expoentes luso brasileiros iluministas pode-se citar o dramaturgo Antonio José da Silva nascido em São João de Meriti autor da peça O judeu, condenado e queimado pela Inquisição em um auto de fé de 1739 acusado de ser judaizante e a romancista paulista Tereza Margarida da Silva, que usava como pseudônimo Dorotéia Engrassia Tavareda Dalmira, um anagrama perfeito de seu nome, presa por sete anos por ordem do iluminista marques de Pombal.[3]
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