D. João V enviou à Roma Luis Antonio Verney para elaborar um plano de reforma educacional em Portugal o qual consolidou no livro Verdadeiro Método de estudar que teve a publicação rejeitada pelo rei de modo que a obra acabou sendo publicada em 1746 anonimamente. A obra, sob influência de Thoughts on education de John Locke[1], faz uma crítica ao ensino dos jesuítas tanto quanto a seus métodos pedagógicos como ao currículo, preconizava o emprego da observação e da experimentação, o ensino das mulheres assim como defendia o ensino das línguas francesa e italiana, rompendo com a primazia do latim[2]. Banha de Andrade afirma que: “antes de Verney ter explodido em Portugal, já se conhecia, desde muito tempo, a filosofia moderna, não apenas numa ou noutra modalidade, mas completamente”.[3] Para Breno Ferreira observa que ao invés de uma ruptura com a tradição escolástica, Verney deve ser visto como uma tentativa de conciliação da fé com a razão, uma defesa da religião católica frente a judeus, protestantes e ateus[4]. O padre Toledo que participou da Inconfidência Mineira possuía a Lógica de Luis Antonio Verney em sua biblioteca em que se destaca a obscuridade da lógica aristotélica em contraponto aos filósofos dos século XVII e XVIII.[5]
[1] CORTESÃO, Jaime.
Alexandre Gusmão e o Tratado de Madrid, v.I, São Paulo: Funag, 2006, p.33
[2] BOXER, Charles. O império Colonial português, Lisboa:Edições 70, 1969,
p.339
[3] BANHA DE ANDRADE, A.
Alguns aspectos da nossa cultura antes de Vernei. Brotéria.v. 39, p. 492, 1994
[4] FERREIRA, Breno Ferraz
Leal. Contra todos os inimigos. Luiz Antonio Verney: historiografia e método
crúitico (1736-1750) Mestrado em História Social USP, São Paulo, 2009
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