Em 1870
Heinrich Schliemann descobriu as cidades de Troia, que até então se acreditava
mitológica tal como descrita por Homero na Ilíada, que agora se acredita
tratar-se de um poema histórico – os detalhes podem ser fictícios mas a
essência como os personagens principais ali descritos bem como locais são reais.
A escrita Linear A encontrada na Creta Minoica de 3500 a.c. a 2000 a.c no
palácio de Cnossos na ilha de Creta por Arthur Evans em 1894, até hoje não foi decifrada,
com semelhança com os hieróglifos egípcios[1].
Trata-se de uma escrita usada no palácio. A civilização minoica foi destruída
por volta de 2000 a.c. O linear A é bastante distante do grego de modo que a
civilização minoica não falava grego. As descobertas de Carl Blegen (figura) em 1930 a 1960 em Tróia, na Turquia e no Palácio de Nestor em Pilos, na Grécia,
permanecem duas das descobertas arqueológicas mais significativas do século 20
na pré-história grega. Em 1939, Carl Blegen redescobriu o Palácio de Nestor, da
Idade do Bronze, um dos reinos mais antigos da Europa, próximo a Pilos. O
palácio era o centro do Reino Micênico. Em Creta, Pilos e Micenas foram
encontradas em mais de três mil tabuinhas de argila com escrita linear A e
linear B. Algumas destas tabuinhas encontradas nos palácios de Pilos em 1939
tratam de questões ligadas a propriedade e uso da terra.[2] A escrita fonética Linear B não é alfabética, mas silábica, usada pelos povos
micênicos entre os séculos XV a.C. e XII a.c. A linear B que imitava a linear A
inventada pelos minoicos[3],
foi traduzida por Michael Ventris[4] e John Chadwick em 1953[5] com base nos trabalhos de Alice Kober e Emmett Bennett[6].
Com a decifração, Hugh Llloyd Jones afirma que hoje, possivelmente, sabemos
mais do passado grego do que Péricles ou Platão em suas épocas.[7] Tanto Linear A como Linear B são silabários onde cada símbolo representa uma
sílaba, o eu foi um grande para as escrita que representam cada palavra por um
símbolo. A Linear B conhecido tanto na Grécia como em Creta é uma escrita
micênica silábica de cerca de noventa signos foi utilizada para grafar a língua
helênica dos invasores indo-europeus oriundos do continente (1450 a.C.) e é a
representação gráfica de um grego arcaico.[8] O linear B tendo sido feito a partir de uma escrita silábica que não foi feita
para notar o grego exprime muito imperfeitamente os sons do dialeto falado
pelos micênicos.[9] As
inscrições em linear B encontradas em Pilos em 1939 são tabletes em argila de livros
de contas, faturas de entregas, recibos, ou seja, nenhum documento literário.[10] A descoberta permitiu concluir que micênicos eram gregos e que a civilização
grega, que até então se acreditava teria surgido no século VIII a.c. tinha na
verdade origens ainda mais antigas que remontam ao século XV a.c.[11] As descobertas de Arthur Evans na ilha de Creta confirmam evidências já
presentes na cerâmica e pintura de que houve uma ligação entre Micenas e Minos
o que reforçou a teses de que os micênicos possam ter governado Cnossos por
volta de 1450 a.c.[12] Existe uma referência isolada a a-ka-wi-ja-de (nome de um banquete) nos
registros lineares B em Cnossos em Creta, datados de c. 1400 a.C., que muito
provavelmente se refere a um estado micênico (aqueu) no continente grego[13].
As pequenas tábuas de argila com inscrições em Linear B não era cozida ao fogo
de modo que as que restaram foram endurecidas por acaso por um aquecimento
acidental.[14] Donald
Kagan mostra que o fato de Micenas ter sofrido um incêndio em algum tipo de
conflagração, acabou favorecendo a preservação de sua história pois a argila
aquecida, tornou-se cerâmica com o endurecimento. O mesmo pode ter acontecido
na civilização minoica em Creta que, em outra época, também preservou tabuinhas
de argila da mesma forma[15] O fato de tais “acidentes” terem acontecido em locais e épocas distintas pode indicar
que aqueles que guardavam tais arquivos podem ter deliberadamente promovida a
queima de tais tabuinhas para preservação do acervo.
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