No
Brasil o positivismo terá grande influência na jovem oficialidade do meio
militar que desencadeará o processo levante republicano de 1889, entre os quais
o militar e engenheiro e republicano Benjamin Constant (1836-1891), que
matriculou-se na Escola Militar em 1852.[1] Não confundir com o jurista francês homônimo Benjamin Constant (1767-1830)
idealizador do poder moderador. Pierre Lafitte em artigo publicado na Revue Occidentale reconhece “as opiniões positivistas de um dos
principais chefes do novo governo, o Sr. Benjamin Constant são conhecidas de
todos, e disso ele nunca fez mistério. Julga-se que a nova República tomará por
lema a fórmula Ordem e Progresso”. [2] Inspirado pelo lema positivista: "Amor como princípio e ordem como
base; o progresso como meta" o Gabinete Rio Branco chefiado pelo
visconde do Rio Branco conseguiu fazer aprovar, em 1871 a Lei do ventre Livre. No
periódico a Semana Ilustrada, em 11
de agosto de 1872 há uma gravura de uma embarcação liderada por Rio Branco onde
o Conselheiro João Alfredo hasteia uma bandeira com a divisa "Ordem e Progresso" o que viria a
ser adotado posteriormente na bandeira brasileira quando da proclamação da
República. [3] Em
1872 ao concorrer a uma vaga como professor na Escola Militar, diante de uma
banca da qual fazia parte o imperador Pedro II, Benjamin Constant alertou que
era positivista o que denunciava sua visão republicana. Apesar disso, o
imperador não fez qualquer objeção à sua admissão como professor.[4] A bandeira do Brasil foi projetada pelos positivistas Raimundo Teixeira Mendes
e Miguel Lemos com desenho do pintor positivista Décio Villares que incluiu o
lema no lugar do brasão imperial por sugestão de Benjamim Constant[5].
A referência as constelações remete a conceitos matemáticos e de astronomia do
positivismo.[6] A
religião da humanidade de Comte tinha como lema “o amor por princípio, a ordem como meio e o progresso como fim”.[7] Na bandeira a referência ao amor foi suprimida. Para Arthur Virmond não houve
supressão da referência ao amor “Teixeira Mendes era positivista ortodoxo e
não iria misturar os dois lemas (o do progresso social e o do progresso
político).Por isso ele adotou o lema do progresso político que lhe pareceu mais
cabível no Pavilhão Nacional.- Ordem e Progresso, sabendo-se que sem Ordem não
há Progresso e que Progresso é o desenvolvimento natural da Ordem”.[8] O bispo do Rio de Janeiro se recusou a abençoar a nova bandeira pela apologia
ao positivismo, radicalmente contrário à igreja católica.[9] O próprio Comte fundou uma sociedade chamada “Ordem e Progresso”
destinada a ter uma ação política similar à dos jacobinos durante a revolução
francesa cuja proposta era a de fazer prevalecer as teses da nova ciência do
positivismo. A ordem e o progresso, assim, eram as "condições fundamentais
da civilização moderna", como o filósofo escreveu em Discurso sobre
o Espírito Positivo, publicado postumamente em 1914. [10]
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