domingo, 18 de julho de 2021

Navio Negreiro na descrição de Walsh, 1830

"O espaço era tão baixo, que eles sentaram entre pernas um do outro, e arrumados tão próximos, que não havia possibilidade de deitarem, ou mudando de posição, à noite ou dia. [...] Sobre a escotilha estava um sujeito de aparência feroz, com um flagelo de muitas correias retorcidas em sua mão, que era o escravo do navio, e sempre que ele ouviu o menor ruído abaixo, ele o sacudia todos eles, e parecia ansioso para exercê-lo. Eu estaria bastante satisfeito em retirar este emblema odioso da mão dele, e tenho mantido essa lembrança desde então, como um horrível memorial da realidade. Eu deveria ter eliminado isso para esquecer a cena que presenciei [...] Mas a circunstância que mais nos impressionou forçosamente, foi, como era possível para tal número de seres humanos que existem, embalados e encaixados o mais apertados que podiam amontoado, em celas baixas, com um metro de altura, quanto muito, parte do qual, exceto aquele imediatamente abaixo as escotilhas gradeadas, foi bloqueado da luz ou ar, e isso quando o termômetro, exposto para o céu aberto, estava parado na sombra, na nosso deck, em 89°F (32C)". Walsh, Notices on Brazil, 1830, London, v.II, p. 479 https://ia802702.us.archive.org/34/items/noticesofbrazili02wals/noticesofbrazili02wals.pdf



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