Elizabeth Baity, destaca a falta de liberdade do povo inca: “ninguém estava livre para mudar de ofício ou procurar melhorar a sua sorte. Nenhuma jovem inca podia ter esperanças de progredir”.[1] As estradas que totalizam algo como 40 mil quilômetros tinham um papel vital na unificação do império inca[2], entre as quais se destacam as estradas de Tumbes no Peru a Maule no centro sul do Chile (caminho Qhapac Nan), e a estrada de Pasto a Cuyo em Mendoza na Argentina.[3] Waldemar Soriano destaca que as estradas incas não tinham como proposta a unificação do império nem para o desenvolvimento do comércio ou movimentação de campesinos, mas atendia finalidades migratória planejadas pelo Estado e para servir de caminho para os mensageiros, bem como translado dos guerreiros[4]. Os povos dominados pelos incas eram muitas vezes forçados a migrar em massa para outras partes do império para trabalhar como escravos em uma ação conhecida como mitmaquna. Tais contingentes de pessoas era conhecido como mitimaes. Estima-se que tais migrações forçadas tenham atingido de 20% a 30% da população. No começo do século XVI o rei Huayna Cápoac ao conquistar a região de Cochabamba na Bolívia ordenou a remoção de praticamente todos os moradores da região. Pedro Sarmiento de Gamboa narra que “o imperador obrigava os mitimaes a aprender a língua da nação para onde eles mudavam, sem esquecer a língua geral, o quéchua, que todos das províncias conquistadas deveriam aprender e saber”.[5]
[1] BAITY, Elizabeth
Chesley. A América antes de Colombo. Belo Horizonte:Itatiaia, 1963, p.192
[2] COE, Michael. Antigas Américas,
mosaico de culturas, v. II Madrid:Ed. Del Prado, 1996, p. 201
[3] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 388
[4] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 391
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