No Brasil holandês nasceu o judeu Jacob de Andrade Velosino que se tornaria um célebre médico em Haia.[1] Jacob Velosino formou-se pela Faculdade de Medicina de Amsterdam após a expulsão dos holandeses sendo autor de “O Teólogo Religioso”; “Messias Restaurado” e “Epítome de Moisés”.[2] Gilberto Freyre destaca que o domínio holandês no nordeste do Brasil trouxe diversos representantes de uma aristocracia judaica intelectual da Europa que incluía rabinos, doutores e sefardins ilustres entre os quais o poeta Isaac Aboab da Fonseca (figura) e o rabino Moisés Rafael de Aguiar com o qual escreveu a obra “Miimei Iehuda”, que trata da vida cultural dos judeus brasileiros. Com a expulsão dos holandeses do Brasil, cerca de trezentos judeus de Pernambuco foram para Martinica onde fundariam o primeiro engenho de açúcar. Outros judeus levaram o mesmo conhecimento para Barbados, Suriname como David Nassib.[3] Um grupo constituído dos mais ricos e influentes, entre eles o próprio chefe da comunidade rabino Isaac Aboab da Fonseca, decidiu retornar a Holanda. Um grupo de judeus, numericamente reduzido, deixou Recife em direção à Nova Amsterdã (atual Nova York), então capital da Nova Holanda norte-americana. Os judeus que permaneceram no Brasil gozaram de liberdade religiosa sob a proteção do padre Antonio Vieira que se destacou na defesa dos cristãos novos. No entanto o início do século XVIII foi marcado pelo recrudescimento da perseguição aos judeus com a Inquisição de Lisboa.[4]
[1] MOTOYAMA, Shozo; FERRI,
Mario Guimarães. História das Ciências no Brasil, São Paulo: USP,1979, p. 200
[2] PAULA, Sergio Goes de.
Um inventário pioneiro de biografias para os historiadores das ciências. Hist. cienc. saude-Manguinhos [online]. 1998, vol.5, n.1 [cited 2021-02-22], pp.127-144. Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59701998000100008&lng=en&nrm=iso>
[3] FREYRE, Gilberto. O mundo que o português criou, Recife; É Realizações, 2010,
p. 84
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