O
suíço Louis Agassiz deixou em 1865 elogiosa impressão sobre a estrada União e
Indústria que liga Petrópolis a Juiz de Fora: “Essa estrada é célebre, tanto por sua beleza como pela sua perfeição
[...] Se, como se pretende, o progresso só marcha no Brasil com extrema
lentidão, deve-se reconhecer que os brasileiros levam à perfeição as coisas que
empreendem”.[1] A
obra foi iniciativa de Mariano Procópio Ferreira Lage foi solenemente
inaugurada pelo imperador Pedro II em 1860 percorrendo-a a comitiva imperial em
nove horas, uma consideração diminuição do tempo de percurso entre as duas
cidades. Para seu empreendimento foram contratados os engenheiros franceses
Vigoroux e Theodore Frajolot e o arquiteto Lagorbe. Os engenheiros franceses
foram substituídos pelo major engenheiro José
Koeler e pelo engenheiro Antonio Maria de Oliveira Bulhões que completaram
o projeto inicial. A mão de obra empregada foi a de colonos alemães de
Petrópolis. O leito da estrada revestido de pedra britada comprimida e
ensaibrada era uma invenção do engenheiro escocês Mac Adam, então em uso na Europa.E.
Klumb em sua obra “Doze horas em diligências” descreve a construção da
série de trez pontes que foram necessárias para conclusão do projeto: “o
engenheiro Bulhões usou vários tipos de pontes, combinando-as com rara
inteligência, o que junto ao encanto da variedade, reúne as vantagens desses
trabalhos de artes especiais, um importante ponto de estudo para um jovem
engenheiro”.[2] Segundo
Philuvio de Cerqueira Rodrigues: “Com um traçado primoroso, aproveitando o
terreno de modo notável, uma construção
sem exemplo naquela época, dotada de todos os requisitos para uma estrada que
devida ser trafegada por veículos de tração animal, com obras de arte suntuosas
e seguras, vencendo rios caudalosos e largos como o Paraíba, drenagem cuidadosa,
muros de arrimo que serviram de exemplo a várias gerações, foi a rainha das
estradas brasileiras, honra de nossa engenharia. Tinha seis metros de largura,
possuía valetas laterais de alvenaria e o seu leito revestido de pedra britada,
adotando certamente os princípios de Tresaguet, Macadam e Polanceau era
comprimido e ensaiado. A sua rampa máxima não ia além de 5% e os seus raios de
curva eram amplos, permitindo as diligências percorrê-las com velocidade média
de 20 km por hora”.[3]
[1] TELLES, Pedro Carlos da
Silva. História da Engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX, Rio de
Janeiro:Clube de Engenharia, 1994, p.218; HOLANDA, Sérgio Buarque. O Brasil
monárquico: declínio e queda do império, t.II, v.4, São Paulo:Difusão, 1971,
p.46
[2] TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil século XVI a
XIX, Rio de Janeiro: Clube de Engenharia, 1994, p.211
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