quarta-feira, 16 de junho de 2021

A maçonaria e a revolução de 1817

 

Em 1796 o padre botânico Manuel Arruda da Câmara formado em medicina em Montpellier e com passagem filosofia e ciências naturais na Universidade de Coimbra fundou o Aerópago de Itambé em Recife em Pernambuco[1] considerada a pioneira das lojas maçônicas no Brasil[2]. Segundo Mario Mello em Maçonaria no Brasil publicado em 1909, em 14 de julho de 1797 (data de aniversário da tomada da Bastilha) foi fundada a Loja Cavaleiros da Luz na Bahia[3] depois “Virtude e razão”[4] devida ao fracês Larcher[5].  O Aerópago de Itambé teria influência direta na revolução de 1817[6] muito embora Carlos Rizzini tenha afastado a ideia de uma conspiração maçônica na chamada “conspiração dos Cavalcanti” ou “conspiração dos Suassuna” de 1801, precursora do movimento.[7] Dois dos maçons participantes do movimento de 1817 foram os ingleses Ratcliff e Charles Bowen[8]. Embora com ideário iluminista francês não existem evidências de ligações do Aerópago com a Maçonaria.[9] Embora historiadores como Oliveira Lima tenham considerado o Aerópago de Itambé como sociedade maçônica, Amaro Quintas considera esses núcleos secretos por seu caráter político pró independência e não por qualquer vínculo a maçonaria[10].

[1] GOMES, Laurentino. 1822, Rio de Janeiro:Globo Livros, 2015, p.240; SODRÉ, Nelson Werneck. A história da imprensa no Brasil, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966, p. 18

[2] SILVA, Hailton Meira da. Cultura Geral maçônica, Rio de Janeiro:Menthor, 2009, p.272

[3] GARCIA, Paulo. Cipriano Barata ou liberdade acima de tudo, Rio de Janeiro: TopBooks, 1997, p.178

[4] CALMON, Pedro. História da civilização brasileira, São Paulo: Cia Editora Nacional, 1933, p.156

[5] VIANNA, Helio. História do Brasil, primeira parte, período colonial. São Paulo: Melhoramentos, 1972, p.362

[6] MICELI, Paulo. O mito do heroi nacional, São Paulo:Contexto, 1988, p.68; SOUTHEY, Robert. História do Brasil, Brasília: Melhoramentos, 1977, v.3, p. 430

[7] VIANNA, Helio. História do Brasil, segunda parte, período colonial. São Paulo: Melhoramentos, 1972, p.35

[8] FIORE, Elizabeth. Presença britânica no Brasil (1808-1914). São Paulo:Pau Brasil, 1987, p. 61

[9] GONTIJO, Silvana. O mundo em comunicação, Rio de Janeiro:Aeroplano, 2001, p.161

[10] QUINTAS, Amaro. In: História Geral da Civilização brasileira, tomo II: O Brasil Monárquico, vol I O processo de emancipação, BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio, São Paulo:Difel, p.208-209; AQUINO, Fernando, Gilberto, HIran. Sociedade brasileira: uma história, São Paulo: Record, 2000, p.370



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