domingo, 2 de maio de 2021

Metalurgia dos povos pré colombianos

 

Quando os incas se apoderaram do povo chimu levaram para Cusco os metalurgistas mais habilidosos[1] utilizando-se de fornos conhecidos como huayas[2]. Louis Baudin observa que entre os incas havia o conceito de mãe terra Pachamama[3] pelo qual pedras era enterradas nos campos com o intuito destes se tornarem fecundos, o que pode ter dado origem a técnica primitivas de fertilização do solo[4]. Antes dos chimus o povo Chavín (1400 a.c. a 400 a.c.) dominava técnicas de metalurgia do ouro e prata[5] sendo a cidade de Chavín de Huantar um importante centro religioso.[6] Os povos pré colombianos dominavam técnicas de colorir ligas de ouro e cobre com tratamento com a seiva ácida de plantas como a Oxalis pubescens.[7] Alden Mason em seu livro Civilizações antigas do Peru registra a presença de ornamentos de platina descobertos no Peru que exigem fornos capazes de aquecer o metal a 1730C o que estava muito acima dos fornos encontrados na época. Os artesãos europeus somente conseguiram fazer os primeiros artefatos em platina no século XIX[8] Entre os incas a tecnologia do cobre e do bronze era usada na confecção de facas, armas e instrumentos agrícolas. Em Mina Perdida foram encontradas lâmina de cobre de 1250 a.c[9]. A técnica de fundição do cobre chegou à América Central por volta de 900 d.c.[10] O cobre e bronze bem como seus processos de fundição eram conhecidos no período pré colombiano na região de Quimbaia na Colômbia. [11] Em Tenochtitlan os mixtecas se destacaram por seu desenvolvimento na metalurgia de metais preciosos[12]. Os mixtecas aprenderam as técnicas de manipulação do ouro com povos do Equador ou Costa Rica.[13] Em tumbas em Monte Albán foram encontradas por Alfonso Caso em 1932 muitas peças em ouro e pedras precisas de fabricação mixteca que mostram a técnica de cera perdida e filigrana.



[1] TIME LIFE BOOKS, Incas: Lords of gold and glory. Alexandria, 1992, p.88, 108

[2]SORIANO, Waldemar. Los incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru Editores, 1997, p. 267

[3] RIBAS, Ka W. A ciência sagrada  dos Incas, São Paulo:Madras, 2008, p. 59

[4] BAUDIN, Louis. A vida quotidiana dos últimos incas, Lisboa:Ed. Livros do Brasil, p. 206

[5] TIME LIFE BOOKS, Incas: Lords of gold and glory. Alexandria, 1992, p.158

[6] COE, Michael. Antigas Américas, mosaico de culturas, v. II Madrid:Ed. Del Prado, 1996, p. 178; LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.24

[7] TATON, René. A ciência antiga e medieval: a Idade Média. São Paulo:Difusão, 1959, p. 12

[8] PAUWELS, Louis; BERGIER, Jacques. O despertar dos mágicos. São Paulo: Difel,1975, p. 159; KEOKE, Emory; PORTERFIELD, Kay. Encyclopedia of American Indian Contributions to the worodl: 15000 years of innovations, New YorK: Checkmark Books, 2003, p. 208  

[9] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.114

[10] LEONARD, Joathan. América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de História Universal Life, 1971, p.123

[11] SHAPIRO, Harry. Homem, cultura e sociedade, Lisboa: Fundo de Cultura, 1972, p. 155

[12] LONGHENA, Maria. O México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 64

[13] LONGHENA, Maria. O México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 85



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Doação de Constantino

  Marc Bloch observa a ocorrência de falsificações piedosas tais como a pseudo doação de Constantino ( Constitutum Donatio Constantini ) ao ...