A
delegação brasileira formada na Exposição de Paris em 1855 por Giacomo
Gabaglia, Guilherme Schuch de Capanema e o poeta Antônio Gonçalves Dias[1] participaram de reuniões promovidas pelo Barão de Rotschild da qual haviam
tomado parte durante a Exposição para adoção do sistema métrico. A ideia de um
padrão de metrologia uniforme surgiu na Exposição em Londres em 1851 e em Paris
em 1855. No Brasil Cândido Batista de Oliveira já propusera em 1830 como
deputado pelo Rio Grande do Sul a adoção do sistema métrico decimal[2].
O objetivo original da missão brasileira era adquirir instrumentos científicos
para a Comissão Científica de Exploração no Ceará. Na volta a Comissão
recomenda ao Imperador a adoção do sistema métrico francês até que em 26 de
junho de 1862 foi aprovada a Lei n° 1157 substituindo todo o sistema de pesos e
medidas até então em uso no Império pelo sistema métrico francês. [3] A reação às novas medidas vieram principalmente das províncias do Norte,
Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte com protestos em feiras
populares para destruir os padrões das novas medidas, revoltas que ficaram
conhecidas por essa razão como quebra quilos.[4] As Exposições Internacionais do século XIX, portanto, foram catalizadoras dos
movimentos de harmonização de pesos e medidas bem como dos sistemas de
propriedade industrial.
[1] LAGO, Pedro Correa.
Brasiliana IHGB 175 anos, Rio de Janeiro:Capivara, 2014, p. 315
[2] FILGUEIRAS, Carlos.
Origens da química no Brasil, Campinas:Ed. Unicamp., 2015, p.276
[3] DIAS, José Luciano de
Mattos. Medida e normalização e qualidade, Rio de Janeiro:INMETRO, p.1998,p.52
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