Para
Luis dos Santos Vilhena a propriedade era a base na nacionalidade pois é o
receio de perder a propriedade que une o cidadão à pátria já “o cidadão
jornaleiro não tem vínculo que o une a ela”. Segundo Carlos Guilherme Mota,
o professor de grego Vilhena é quem define no final do século XVIII a teoria
mais sofisticada sobre a propriedade no célebre livro Recopilação de
Notícias Soteropolitanas e Brasílicas. Sotero é Salvador em
grego[1].
Segundo Carlos Guilherme Mota “a propriedade transfere para as relações
sociais algumas das suas terminações essenciais, que passam a regular, em
outro nível – o nível das consciências – a elaboração de imagens e formas de
pensamento. Se, para Vilhena, quem gera o homem é a propriedade, não será
difícil entender que também as tomadas de consciência aparecerão contaminadas
por essa característica de base: ser ou não ser proprietário”. Se por um
lado o sistema colonial é baseado na propriedade, por outro lado, esta mesma
propriedade é um elemento desintegrador, pois fortalece novos interesses que se
chocam com os fins da colonização, na medida em que serão estes elementos que
irão financiar movimentos revoltosos tais como a Inconfidência Mineira sendo a
propriedade o elemento propulsor da ação revolucionária como se observa na ação
de José Alvares Maciel e do coronel Francisco Antonio de Oliveira Lopes assim
como do fazendeiro José Aires Gomes ou no do revolucionário Cipriano Barata em
Salvador[2].
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