domingo, 2 de maio de 2021

A invenção dos tipos móveis na imprensa

 

Em 868 os chineses imprimiram o Sutra de Diamante o mais antigo livro ilustrado conservado no Bristish Museum.[1] O Diário de Pequim jornal impresso em 908 usava blocos de madeira.[2] Entre 1045 o ferreiro chinês Pi Sheng inventou o tipo móvel de porcelana[3] para impressão de textos ao usar caracteres isolados sobre pedaços de argila e cozidos no forno até se tornarem extremamente duros. Ele misturava resina de cera e cinzas de papel e colocava a mistura sobre uma placa plana de aço. Os caracteres, representados por seus respectivos tipos móveis eram colocados na placa plana de aço na ordem correta. A placa era posteriormente colocada no fogo para derreter a cera ligeiramente, de modo que ao ser pressionada por um painel com os tipos organizados, os tipos na placa adeririam à placa de aço plana com cera amolecida. O primeiro registro desta invenção foi feito por Shen Kua no livro Ensaios da piscina de sonhos de 1086.[4] O primeiro sistema de tipos móveis prático feitos em madeira data do século XIII invenção do magistrado  chinês Wang Chen.[5] A técnica de tipos móveis por sua vez já era conhecida dos japoneses budistas do século IX e pelos coreanos. Durante a invasão da Coreia pelos mongóis em 1230, os blocos de impressão de madeira usados para imprimir as escrituras budistas foram queimados o que levou ao desenvolvimento dos tipos móveis em moldes de bronze fundido, como forma de preservar as escrituras.



[1] IANNACCONE, Isaia. Ciência e técnica na China. In: ECO, Umberto. Idade média: bárbaros, cristãos e muçulmanos, v.I, Portugal:Dom Quixote, 2010, p.483

[2]MELLO, José Barboza. Síntese histórica do livro. Rio de Janeiro:Ed. Leitura, 1972, p. 227

[3] READERS'S DIGEST. Da idade do ferro à idade das trevas: de 1200 a.c. a 1000 d.c, Rio de Janeiro, 2010, p.129

[4] TERESI, Dick. Descobertas perdidas, São Paulo:Cia das Letras, 2008, p.353; CHILDRESS, David Hatcher. A incrível tecnologia dos antigos, São Paulo:Aleph, 2005, p. 29

[5] GIES, Frances & Joseph. Cathedral, forge and waterwheel, New York: Harper Collins, 1994, p. 83



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