Em 1765 o alemão Niebuhr descobriu inscrições em Persépolis que o levaram a decifração da escrita cuneiforme.[1] O vocabulário sumério consistia principalmente de monossílabos o que possibilitava reduzir o número de símbolos em uso de modo que por volta de 2900 a.c. um total de 2000 símbolos foi reduzido para apenas 500 ou 600 dos quais 100 representavam uma única sílaba. Os sumérios nunca usaram exclusivamente fonemas, mas uma combinação arbitrária de fonemas e ideogramas[2]. Apesar disso como os sons consoantes não se distinguiam da sílaba em que se encontravam os sumérios nunca conseguiram um alfabeto.[3] Henry Rawlinson foi o tradutor da escrita cuneiforme ao decifrar em 1857 as inscrições na Rocha de Behistun no Irã,[4] com uma inscrição das vitórias de Dario em 516 a.c. em suas formas cuneiforme classe I (Antigo Persa), elamita e acádio que ao contrário do Antigo persa não era alfabético.[5] A inscrição: “Diz Dario, o Rei: ó tu, que doravante contemplares esta inscrição, ou estas esculturas. Não as destruas, mas desde agora protege-as por todo o tempo em que viveres com saúde e vigor”. Para decifrar o texto Rawlinson usou a técnica inicialmente desenvolvida por Georg Grotefend em 1802 que ficou conhecida como teoria de Grotefend.[6] O "vaso Caylus" em que o nome de Xerxes I aparece escrito em quatro idiomas confirmou a decifração de Grotefend assim que Champollion decifrou os hieróglifos egípcios. [7] Uma das inscrições no Irã foi entalhada numa rocha de 90 metros de altura, tão alto que ninguém poderia destruir [8] . Em 1851 Rawlinson publicou a célebre Memoir on the babilonian and assyrian inscriptions. No Elam, em Susa foram encontrados vestígios de escrita pictográfica [9]. Hommel mostra que a letra A tem sua origem na Babilônia, inicialmente representada pelo desenho de um touro (alpu) o primeiro signo do Zodíaco. Em seguida esta cabeça de touro foi desenhada de modo mais simplificado ante que por volta de 2000 a.c. os beduínos semitas, antecessores dos judeus deitaram a letra. O hebreu deu origem ao alef que os gregos irão colocar em pé para formar o A atual, ficando exatamente na posição contrária a original dos caldeus.[10]
[1] EYDOUX, Henri Paul. Á
procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 288
[2] TOYNBEE, Arnold. A
humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.80
[3] DERRY, T.; WILLIAMS,
Trevor. Historia de la tecnologia: desde la antiguidade hasta 1750,
Mexico:Siglo Vintuno, 1981, p.312; SARTON, George. Ancient
Science Through the Golden Age of Greece, New York:Dover, 1980, p.64
[4] KRAMER, Samuel. Mesopotãmia
o berço da civilização, Rio de Janeiro: José Olympio, 1983, p. 126, 143;
ULRICH, Paul. Os grades enigmas das civilizações desaparecidas, Grécia, Roma e
Oriente Médio, Rio de Janeiro, Otto Pierre Ed, 1978, p.204; EYDOUX, Henri Paul.
Á procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 46
[5] SARTON, George. Ancient Science Through the Golden Age of Greece, New
York:Dover, 1980, p.65
[6] PEDROSA, Ronaldo Leite. Direito em história. Rio de Janeiro: Lumen, 2005, p. 7
[7] https://en.wikipedia.org/wiki/Georg_Friedrich_Grotefend
[8] BERLITZ, Charles. As
línguas do mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 132; ONCKEN,
Guilherme. História Universal. História do Antigo Egito, v.I, Rio de
Janeiro:Bertrand, p.401
[9] GOWLETT, John.
Arqueologia das primeiras culturas. Barcelona:Folio, 2008, p.182
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