Prometeu, um dos
Titãs, raça de gigantes, que habitava a terra antes da criação do homem, ensinou
os homens a domesticar animais, fazer remédios, construir barcos, escrever,
cantar, interpretar sonhos e buscar riquezas minerais. Na mitologia grega o
fogo foi trazido do céu para a terra, por Prometeu, o protótipo do cientista.
Prometeu foi o responsável por roubar o fogo de Zeus e dá-lo aos mortais. Para
Jean Pierre Vernant “o fogo é de fato a marca da cultura humana. Esse fogo
prometeico, roubado pela astúcia, é um fogo “técnico”, um processo intelectual,
que demarca a distância entre animais e homens, e consagra o caráter dos homens
como criaturas civilizadas”.[1] Zeus o
puniu pelo crime, deixando-o amarrado a uma rocha no Cáucaso durante toda a
eternidade enquanto uma grande águia comia, durante todo o dia, o seu fígado.
Na cultura medieval Prometeu perde sua característica de rebelde criador e
passa a ser interpretado como representação do Deus único criador. [2] O
castigo dos homens viria por intermédio de Pandora, a primeira mulher, para
quem foi entregue uma caixa (em grego pithos significa na verdade um
grande jarro usado para armazenamento de mantimentos), com o compromisso de não
a abrir. Pierre Grimal observa que numa das versões do mito contada por Hesíodo
e O trabalho e os dias, a caixa, na verdade um vaso, teria seria dado
por Zeus a Pandora como presente de núpcias. Em outra versão do mito o vaso era
guardado em algum lugar da terra onde estavam encerrados todos os males.[3] A
curiosidade de Pandora, contudo, foi maior do que a obediência e ela abriu a
caixa liberando as pestes, desgraças, guerras e a morte, restando apenas a
esperança dentro da caixa. Se o fato da esperança ainda restar na caixa pode
justificar a curiosidade em sua busca por conhecimento, por outro lado, numa
visão pessimista Friedrich Nietzsche (1844-1900) escreveu, em Humano,
Demasiado Humano, que “Zeus quis que os homens, por mais torturados que
fossem pelos outros males, não rejeitassem a vida, mas continuassem a se deixar
torturar. Para isso lhes deu a esperança: ela é na verdade o pior dos males,
pois prolonga o suplício dos homens”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário