sexta-feira, 9 de abril de 2021

O experimentalismo português

 

Sérgio Buarque de Holanda, mostra que a frota de Cabral ao chegar na Índia foi recebida pelo rei de Melinde que mandou o comandante levar a bordo muitas galinhas, patos, limões e laranjas “as melhores do mundo”. O Piloto Anônimo acrescenta que “em nossos navios tínhamos alguns doentes da boca [escorbuto] e com aquelas laranjas ficaram sãos”. De fato, os registros mostram que apenas três marinheiros morreram de escorbuto na frota de Cabral o que contrata com navegações posteriores como na viagem de Vasco da Gama em 1502 onde morreram mais da metade da tripulação. Georg Friederici associa as mortes por escorbuto como uma das razões da decadência da marinha lusitana.[1] O exemplo mostra que os fundamentos do experimentalismo, neste caso, não foram absorvidos pelos portugueses.



[1] HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visões do Paraíso. São Paulo: Brasiliense, 2000, p. 322



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