quinta-feira, 1 de abril de 2021

Escassez de engenheiros no Brasil do século XIX

 

Caio Prado Júnior refere-se a obra de 1926 de Afonso Taunay História seiscentista da Vila de São Paulo para registrar a escassez de artesãos na cidade de São Paulo onde em 1922 viviam apenas treze oficiais artífices. Em toda a capitania do Rio Grande do Norte no início do século XVIII haviam apenas um ferreiro, um carpinteiro e um pedreiro. [1] O Almanak Laemmert de 1854 aponta apenas seis engenheiros no Rio de Janeiro, enquanto que 80 advogados. A primeira escola de Engenharia no Brasil foi inaugurada em 1858. Em 1870 serão 28 engenheiros e 126 em 1883. Esses números são subestimados pois baseados em catálogos de profissionais cuja inscrição era opcional. [2] Pedro Telles aponta que a engenharia no Brasil teve seu primeiro impulso com o ciclo ferroviário iniciado em 1860 e posteriormente em 1910 com as reformas urbanas e uso do concreto armado nas construções. [3] Richard Granham destaca a presença de muitos engenheiros britânicos enre os quais Charles Neate, Henry Law e John Hawkshaw. Matarazzo foi pessoalmente na Inglaterra contratar moleiros ingleses para os moinhos de trigo.[4]

[1] JUNIOR, Caio Prado. Evolução política do Brasil e outros estudos, Rio de Janeiro:Brasiliense, 1972, p.22

[2] TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX, Rio de Janeiro:Clube de Engenharia, 1994, p.585, 593

[3] TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX, Rio de Janeiro:Clube de Engenharia, 1994, p.596

[4] GRAHAM, Richard. Grã Bretanha e o início da modernização no Brasil 1850-1914, Rio De Janeiro: Brasiliense, 1973, p. 143



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