No comércio triangular os navios saíam de Portugal em direção a África carregados de produtos para pagamento dos escravos[1]. Depois eram carregados de escravos e aproveitavam os ventos favoráveis para sair da costa africana no Guiné e Benin em direção ao nordeste brasileiro (ao quais Antonio Vieira acreditarem serem resultado da providência divina em libertar os cativos do paganismo para o cristianismo)[2] e retornavam para Europa carregados de açúcar.[3] Na época da invasão holandesa (1624-1654) a Coroa Portuguesa sem opção permitiu o comércio direto de traficantes brasileiros com angolanos, usando como moeda de troca produtos produzidos localmente como aguardente, tabaco e búzios, rompendo desta forma o fluxo de comércio triangular que predominava até então. Russell Wood mostra que uma proposta de comércio direto entre os mercadores baianos e a Índia em 1700 foi bem recebida em Goa. No século XVIII verificou-se a presença de embarcações que saíam da Ásia para o Brasil e que retornavam à Àsia ao invés de seguirem para Lisboa, em espacial após 1775 com o fim do monopólio português do fumo , que incentivou os comerciantes baianos a comerciarem diretamente do Brasil para a Índia, se estabelecendo desde então um comércio intenso entre as duas regiões.[4]
[1] WILLIAMS, Eric. Capitalismo & escravidão, São Paulo: Cia das Letras, 2012,
p.90
[2] GOMES, Laurentino.
Escravidão, v.I, São Paulo: Globo, 2019. p.215, 338
[3] GOMES, Laurentino.
Escravidão, v.I, São Paulo: Globo, 2019. p.99
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