Apesar do
pouco apreço pelas elaborações filosóficas gregas, os romanos destacavam-se
pelo seu interesse em engenharia na construção de aquedutos, fortalezas,
estradas e pontes se destacaram em relação aos gregos. As estradas romanas do
século II a.c se diferenciavam entre as viae
glarea stratae – ruas de cascalho calcado e as viae silice stratae – ruas de pedra. [1] A
proposta das estradas romanas era garantir durabilidade de modo que não
necessitasse de manutenção periódica[2]. A via
Ápia possivelmente a tecnologia usada tinha origem etrusca.[3] Os
romanos aprendem dos italianos do sul a técnica de usar pozzolana sobre uma ou
duas camadas de cascalho.[4] No
século IV Constantino escreve: “Necessitamos
de tantos engenheiros quanto é possível obter”. Dionísio de Helicarnasso no
século V d.c. confirma a análise de Estrabão: “a extraordinária grandeza do Império Romano se manifesta acima de tudo
em três coisas: os aquedutos, as estradas pavimentadas e a construção de
sistema de esgoto”[5]. Marc
Bloch observa que as estradas romanas foram construídas menos solidamente do
que se supõe e sua deterioração se dava por falta de manutenção.[6] Em campo
aberto as estradas eram retas como a Fossa
Way na região rural de Simerset[7], o que
exigia um trabalho de topografia com uso de quadrates, a groma e uma espécie de
prumo o chorobate, usado para traçar o perfil do terreno. Vitruvius descreve um
engenhoso mecanismo formado por engrenagens usado como hodômetro para contagem
da distância percorrida pelas carruagens, conhecido como taxicab.[8] Entre as
estradas romanas destaca-se a Via Appia (na figura), também chamada regina viarum (rainha das estradas)[9] na
Itália meridional que ligava Roma a Capua e depois até Brindisi e que foi construída
em 312 a.C. por Ápio Cláudio Cego [Appius Claudius Caecus] usando cascalho. Outras estradas romanas incluíam a Via Latina
na Italia meridional, Via Salaria entre Sabina e o Adriático, Via Clodia no mar
Tirreno, via Flaminia na Úmbria, Via Aurelia na Liguria, via Cassia na Etrúria,
Via Valeria na Itália Central, via Postumia entre Genova e Aquileia e a Via
Aemilia entre Rimini e Placencia. Nas províncias encontramos a Via Domitia na
Gália e a Via Egnatia na Macedônia[10].
[1] READERS'S DIGEST. Da
idade do ferro à idade das trevas: de 1200 a.c. a 1000 d.c, Rio de Janeiro,
2010, p.101
[2] CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books,
1963, p. 198
[3] FAGAN, Brian. Los
setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume,
2005, p. 144
[4] BLOCH, Raymond; COUSIN,
Jean. Roma e o seu destino. Rio de Janeiro:Cosmos, 1964, p.270, 112
[5] MUMFORD, Lewis. A
cidade na história, São Paulo:Martins Fontes, 1982, p. 237
[6] BLOCH, Marc. A
sociedade feudal, Lisboa:Edições 70, 1982, p.82
[7] Time Life. Roma: ecos
da glória imperial, Rio de Janeiro:Abril, 1998, p. 152
[8] SINGER, Charles. From magic to science. New York:Dover, 1958, p.36;
USHER, Abbott. Uma
história das invenções mecânicas, Campinas:Papirus, 1993, p.197; Ancient Roman
Taxi Meters - Ancient Inventions , 2013
https://www.youtube.com/watch?v=mJr5KhGehpI
[9] GIORDANI, Mario Curtis.
História de Roma, Rio de Janeiro:Vozes, 1981, p. 274
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