A dificuldade em se estabelecer um calendário é um reflexo
da inércia científica romana, a instituição de meses suplementares dependia do
colégio de pontífices e era governada por interesses políticos e escrúpulos
religiosos o que levava a graves desordens. Os colégios de augures e pontífices
eram formados os seis pontífices conhecedores das coisas humanas e divinas que
detinham os segredos das medidas e dos numerais e que deviam anunciar o
calendário de dias festivos, de lua nova (novilúnio) e lua cheia (plenilúnio).[1] Em 45 a.c.
com a ajuda de sábios alexandrinos do Egito entre os quais Sosígenes, o
imperador Júlio César impôs uma reforma no calendário que fixava a duração do
ano em 365 dias e um quarto. Pelo calendário anterior o ano tinha apenas 355
dias o que fazia com que as festas da colheita caíssem em época em que os
cultivos ainda estavam crescendo.[2] Na
Reforma de Julio Cesar e a introdução do calendário juliano foi estabelecido
que o primeiro dia do ano não seria o primeiro dia do solstício de inverno, ou
seja, em 25 de dezembro mas na primeira lua nova após esta data que naquele ano
ocorreu oito dias após ou 1 de janeiro.[3] Este ano
extraordinário compreendeu um período de 445 dias de 13 de outubro de 47 a.c. a
3 de dezembro de 46 a.c. Este ficou conhecido como “ano da confusão”.[4]
[1] ONCKEN, Guilhermo.
História Universal – História de Grécia e Roma, Francisco Alves:Rio de Janeiro,
v.IV, p.621
[2] BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga, São Paulo: Planeta, 2010, p. 287
[3] MOURÃO, Rogério
Freitas. Dicionário enciclopédico de astronomia e astronáutica, Rio de
Janeiro,Nova Fronteira, 1987, p. 417
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