domingo, 21 de março de 2021

Calendário romano

 

A dificuldade em se estabelecer um calendário é um reflexo da inércia científica romana, a instituição de meses suplementares dependia do colégio de pontífices e era governada por interesses políticos e escrúpulos religiosos o que levava a graves desordens. Os colégios de augures e pontífices eram formados os seis pontífices conhecedores das coisas humanas e divinas que detinham os segredos das medidas e dos numerais e que deviam anunciar o calendário de dias festivos, de lua nova (novilúnio) e lua cheia (plenilúnio).[1] Em 45 a.c. com a ajuda de sábios alexandrinos do Egito entre os quais Sosígenes, o imperador Júlio César impôs uma reforma no calendário que fixava a duração do ano em 365 dias e um quarto. Pelo calendário anterior o ano tinha apenas 355 dias o que fazia com que as festas da colheita caíssem em época em que os cultivos ainda estavam crescendo.[2] Na Reforma de Julio Cesar e a introdução do calendário juliano foi estabelecido que o primeiro dia do ano não seria o primeiro dia do solstício de inverno, ou seja, em 25 de dezembro mas na primeira lua nova após esta data que naquele ano ocorreu oito dias após ou 1 de janeiro.[3] Este ano extraordinário compreendeu um período de 445 dias de 13 de outubro de 47 a.c. a 3 de dezembro de 46 a.c. Este ficou conhecido como “ano da confusão”.[4]

[1] ONCKEN, Guilhermo. História Universal – História de Grécia e Roma, Francisco Alves:Rio de Janeiro, v.IV, p.621

[2] BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga, São Paulo: Planeta, 2010, p. 287

[3] MOURÃO, Rogério Freitas. Dicionário enciclopédico de astronomia e astronáutica, Rio de Janeiro,Nova Fronteira, 1987, p. 417

[4] MOURÃO, Rogério. Dicionário de astronomia e aeronáutica, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, p.40



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