O monge Roger Bacon
fez experiência com a pólvora na Inglaterra. Em um de seus registros anotou: “Deixa que o peso total seja trinta, mas de
salitre tomem-se sete partes, cinco de carvão de lenha novo, e cinco de enxofre
e chamarás o trovão e a destruição quando conheceres a arte”.[1] Segundo Roger Bacon: ‘Se, tomando uma
polegada dessa substância, se produz mais claridade e estrondo do que um raio,
o que seria se soubessem empregar em quantidade a matéria conveniente ? “.[2] Seu uso em artilharia na Europa foi empregado por Alfonso XI de Castilha na
batalha de Algeciras no século XIV.[3] Roger Bacon escreveu sobre a pólvora por volta de 1260, provavelmente com base
em informações de povos nômades sarracenos, alguns anos antes da viagem de Marco
Polo à China (1271-1275) com histórias sobre a descoberta dos chineses. Marco
Polo escreveu seu livro As viagens de Marco Polo (na figura versão em português do século XVI) durante em seu
cativeiro em Gênova em 1296, numa obra minuciosa como nenhuma outra até então
havia sido escrita sobre a Ásia na Europa. Portanto Roger Bacon não escreveu
com base nas informações de Marco Polo. Jacob d’Ancona também que também viajou
para China (1270-1273) se refere à pólvora pelos chineses: “os alquimistas
de Manci (sul da China) fizeram, por experiência, muitas máquinas, embora lhes
falte a vontade de lutar, das quais eles chamam de raio que abala o ceu, pois,
usando um pó mágico que explode (magico polve che scoppia) e que eles põem num
tubo de ferro ou cobre, lançam um fogo rápido e voador a grande distância, e
para grande dano do inimigo [...] Quando dão banquetes, é costume deles encher
varas de bambu, com seu pó explosivo, ao qual ateiam fogo e se alegram com as
faíscas de luz”. [4]
[1]Uma breve história das
descobertas: da antiguidade ao século XX, São Paulo:Escala, 2012, p. 35;
CHILDRESS, David Hatcher. A incrível tecnologia dos antigos, São Paulo:Aleph,
2005, p. 155
[2]CANTU, Cesare. História
Universal, volume XIV, São Paulo:Editora das Américas, 1955, p. 3774
[3]BONILLA, Luis. Breve
historia de la técnica y del trabajo, Madrid:Ed. Istmo,1975, p.159
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