O papel do conhecimento técnicos dos artesãos e das oficinas já havia sido destaca por Iohannes Comenius (1592-1670) que em sua obra Grande Didática defende que “o que deve ser feito deve ser aprendido pela prática. Os artesãos não atrasam seus aprendizes com teorias, mas põem-nos a fazer trabalho prático num período inicial; assim aprendem a forjar, forjando; a entalhar, entalhando; a pintar, pintando e a danças, dançando. Nas escolas, pois, deixai os estudantes aprender a escrever, escrevendo; a falar, falando; a cantar, cantando e a raciocinar, raciocinando [...] Nada deveria ser aprendido somente por seu valor na escola, mas por seu uso na vida. O que quer que seja ensinado deveria ser ensinado como sendo de aplicação prática na vida cotidiana e de algum uso definido, isto é, o aluno deveria compreender que o que ele aprende não é extraído de alguma utopia ou retirado de ideias platônicas, mas é um dos fatos que nos cercam, e que um conhecimento adequado do mesmo será de grande auxílio na vida”.[1] Para o polímata Comenius no século XVII “tudo está em pedaços, toda a coerência se acabou”, a especialização do conhecimento havia levado ao que chamou de “dilaceração das disciplinas” pois o conhecimento se perdeu em meio a sua fragmentação: “os metafísicos cantam consigo mesmos, os filósofos naturais entoam seus próprios louvores, os astrônomos dançam sozinhos, os pensadores éticos fazem suas próprias leis, os políticos estabelecem seus próprios fundamentos, os matemáticos se regozijam com seus próprios triunfos e os teólogos governam para seu próprio benefício”.[2]
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