Sendo empregados da realeza os trabalhadores das pirâmides gozavam de privilégios: a água era trazida por tropas de burros, empregados lavavam suas roupas e seus próprios pescadores forneciam o peixe fresco do Nilo[1]. Lionel Casson observa que algumas regiões do Egito algumas espécies de peixe eram consideradas sagrado e proibido para alimentação em especial entre os sacerdotes[2]. Os que comiam peixe eram julgados imundos e o hieróglifo correspondente a “abominação” era um peixe, pelo fato do peixe ser considerado sagrado para o deus do mal Seth.[3] Segundo Plutarco, quando Seth despedaçou o corpo do deus Osíris o seu falo, o de Osíris, foi comido por três espécies de peixes do Nilo, um dos quais era o peixe de Oxynrhynchus. Byron Shafer observa que somente mais tarde que Seth passou a ser identificado com o mal, aquele que gerava desordem e confusão associado ao maligno assassino de seu irmão Osíris. Em algumas representações Seth é um ajudante efetivo do deus sol Rá quando este repelia a serpente Apep/Apophis sua inimiga quando na travessia na barca solar.[4] Os egípcios rejeitavam Seth como inimigo somente no primeiro milênio a.c.[5] A palavra egípcia para “proibido” tinha o hieróglifo na forma de um peixe, possivelmente porque o cheiro ruim era associado a impureza e pecado.[6] Eugen Strouhal explica que embora o peixe conservado em sal fosse muito apreciado e exportado, certos tipos de peixes eram proibidos de se comer por sua conexão com o mito de Osíris como o enigmático Oxynrhynchus.[7]
[1]LARK, Peter. A
evolução das cidades, História em Revista, Rio de Janeiro:Time Life, 1993, p.21
[2]STROUHAL, Eugen. A vida
no antigo Egito. Barcelona:Folio, 2007, p. 225
[3]CASSON, Lionel. O
antigo Egito. Rio de Janeiro:José Olympio, 1969, p.43; WHITE, Jon Manchip. O
Egito Antigo, Rio de Janeiro:Zahar, 1966, p. 100
[4]SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002,
p. 57 https://www.rct.uk/collection/1145260/section-of-the-papyrus-belonging-to-nesmin-with-the-seventh-hour-of-the-amduat
[5]SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002,
p. 152
[6]JOHNSON, Paul. História
Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 171, 176
[7]STROUHAL, Eugen. A vida
no antigo Egito. Barcelona:Folio, 2007, p. 132
Nenhum comentário:
Postar um comentário