O tratado de Tordesilhas de 1494 ao tratar da divisão
do mundo conhecido em torno de um meridiano norte sul imaginário a 370 milhas à
oeste de cabo Verde não é razoável dentro de um modelo de terra esférica.[1] A coroa
espanhola violara o Tratado ao ocupar as Filipinas e as ilhas Molucas que pertenciam
a Portugal.[2] Aquino destaca que o Tratado de Tordesilhas pode ser visto como “um dos
momentos mais significativos da revisão ptolomaica iniciada após as viagens atlânticas”
na medida em que estende a concepção medieval que remonta à geografia de
Ptolomeu e que se limita a faixa oeste às “ilhas Afortunadas” em
referência possivelmente às ilhas de Açores, Madeira Canárias e de Cabo Verde.[3] Na corte
espanhola, Colombo foi questionado por um dos especialistas de Salamanca que
caso atravessasse o horizonte ocidental estaria velejando para baixo como que
descendo uma montanha e não teria como regressar mesmo com ajuda de fortes
ventos, objeção que já havia sido levantado na comissão portuguesa.[4] Pietro
Martre ao publicar em 1511 Décadas do novo mundo exalta Colombo como
aquele que provou que a parte abaixo do equador era habitável, no entanto em
nenhum momento questiona a esfericidade da terra como algo que fosse objeto de
dúvida na época [5].
Nos diários de Colombo os seus marinheiros questionam a possibilidade de fato do
navio poder retornar à Espanha uma vez que os ventos, soprando sempre para o
oeste, não permitiriam fazer a viagem a volta para o leste.[6]
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