Gabriel Soares destaca a sagacidade dos índios do século XVI “engenhosos para tomarem quanto lhes ensinam os brancos [...] para carpinteiros de machado, serradores, oleiros, carreiros e para todos os ofícios de engenho de açúcar tem grande destino” exceto aqueles exercícios que exigiam de raciocínio e abstração.[1] Ao descrever os Tupinambás os descreve como “homens de grandes forças e de muito trabalho: são muito belicosos, em sua maneira esforçados e para muito, ainda que atraiçoados: são muito amigos de novidades e demasiadamente luxuriosos, e grandes caçadores e pescadores e amigos de lavouras”.[2] Joseph Hoffner observa que em diversos idiomas indígenas o termo correspondente a “trabalhar” é formado por uma raiz idêntica ao verbo “morrer”.[3] Léry salienta entre os indígenas seu grande vigor físico abatendo árvores enormes a golpes de machado e transportando-os aos navios franceses sobre o dorso nu.[4] Lemos Brito observa que Portugal importou milhares de índios para trabalho escravo em Lisboa, podendo cada donatário exportar trinta índios por ano sem ter de pagara qualquer imposto, o que revela que Portugal na época não considerava os índios indolentes.[5]
[1]FREYRE, Gilberto. Casa
Grande e Senzala, São Paulo:Global Ed., 2006, p. 214, 229; SOUZA, Gabriel
Soares. Tratado descritivo do Brasil, Rio de Janeiro : Typographia Universal de
Laemmert, 1851, p.321; BRITO, José Gabriel Lemos. Pontos de partida para
a história econômica do Brasil. Brasiliana v. 155, São Paulo:Cia Editora
Nacional, 1980, p.133
[2]SOUZA, Gabriel Soares.
Tratado descritivo do Brasil, Rio de Janeiro : Typographia Universal de
Laemmert, 1851, p.307
http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/01720400#page/1/mode/1up
[3]HOFFNER, Joseph.
Colonialismo e evangelho, São Paulo:USP, 1973, p.173
[4]FREYRE, Gilberto. Casa
Grande e Senzala, São Paulo:Global Ed., 2006, p. 229
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