A enxada rudimentar egípcia feita de madeira é formada por dois braços unidos por uma cunha [1]. Para aliviar o trabalho do lavrador, torrões de terra eram quebrados por enxadas ou por marretas de cabo comprido. Este instrumento deu a forma do hieróglifo mer. [2] Em um texto de um proprietários de terras há uma recomendação a seu filho: “aproveita ao máximo toda a minha terra; esforça-te quanto puderes; cava a terra com a atenção voltada para o trabalho”.[3] Nas Instruções de Ptah-hotep (repouso de Ptah) [4], inspetor das pirâmides da V dinastia como Neuserre, Menkauhor e Djedkare, exalta as virtudes do trabalho porém recomenda: “Sê alegre toda tua vida. Não trabalhes mais do que o necessário, não reduzas o tempo destinado ao prazer; ofende-se o espírito se lhe roubam seu tempo”. [5] O signo mais antigo que indica a existência do arado, designado por heb, é um hieróglifo que data da II dinastia. Enxadas de metal foram documentadas na V dinastia apesar de seu uso ter se generalizado apenas na XVIII dinastia [6]. Os egípcios acreditavam que Osíris havia descoberto os cereais e a vinha. Antigos anais egípcios se referem a um velho rei predecessor de Menes como “aquele que possui arado”. [7]
[1]DROWNER,
M. Water supply, irrigation and agriculture. SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A
history of technology, v.I, Oxford, 1956, p.539
[2]STROUHAL, Eugen. A vida
no antigo Egito. Barcelona:Folio, 2007, p. 95
[3]CASSON, Lionel. O
antigo Egito. Rio de Janeiro:José Olympio, 1969, p.40
[4]CLARK, Rundle. Símbolos
e mitos do Antigo Egito, São Paulo:Hemus, (s.d.), p.103
[5]STROUHAL, Eugen. A vida
no antigo Egito. Barcelona:Folio, 2007, p. 41
[6]Egitomania: o
fascinante mundo do antigo Egito, Planeta, 2001, v.2, n.19, p.375
Nenhum comentário:
Postar um comentário