Charles Marston
aponta a preferência dos egípcios pelo cobre, que vinha da Península do Sinai [1], ao
invés do ferro por respeito às tradições.[2] Em
Timna, próximo ao Sinai foram encontradas minas de cobre da época de 18° a 20°
dinastias (1550 – 1070 a.c.) [3] Bromehead
observa que o cobre era trabalhado no território egípcio a partir da III Dinastia
(2600 a.c.) possivelmente com tecnologia trazida da Suméria.[4] Arnold
Toynbee mostra que no Egito o ferro superou o cobre como ferramenta somente no
século VII a.c., de modo que as tarefas de corte em pedra eram feitas com
cobre.[5] A
substituição do cobre pelo bronze no Egito se deu quase um milênio depois da
Baixa Mesopotâmia, o que revela o atraso do Egito na absorção desta tecnologia,
diante da abundância de cobre.[6]
O cobre
difundiu-se por todo o vale do Nilo por volta de 3300 a.c. tendo origem do
Oriente Médio no “Crescente Fértil”
ou mesmo talvez origem autóctone.[7] Paul
Johnson mostra que a difusão da tecnologia do cobre ocorre no momento da
centralização dos reinos egípcios e, 3100 a.c aumentando significativamente a
produtividade das oficinas o que fez a realeza prosperar contribuindo assim
diretamente para o fortalecimento do poder.[8] O cobre
era endurecido com arsênico.[9] O Egito
antigo dominava técnicas básicas de metalurgia do cobre como a forjadura, a
martelagem, a moldagem, a estampagem, a soldagem e a rebitagem.[10] Na
estatutária desde a VI dinastia a estátua de Pepi I, mostra uma obra feita de
lâminas de cobre marteladas sobre um corpo de madeira com olhos fabricados com
pedras raras.[11]
[1]ROUZET, Maurice.
História Geral das Civilizações: O Oriente e a Grécia Antiga: as civilizações
imperiais, v. I, Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1998, p. 86
[2] MARSTON, Charles. A
Bíblia disse a verdade, Belo Horizonte:Itatiaia, 1958, p. 187
[3] BAINES, John; MALEK,
Jaromir. O mundo egípcio:deuses, templos e faraós. Rio de Janeiro, Edições del
Prado, 1997, p.19
[4] BROMEHEAD, C. Mining and quarrying.
In. SINGER, Charles;
HOLMYARD, E. A history of technology, v.I, Oxford, 1956, p.564
[5] TOYNBEE, Arnold. A
humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.152, 210
[6] CARDOSO, Ciro
Flamarion. O Egito antigo. Coleção Tudo é história, n° 36, São
Paulo:Brasiliense, 1986, p.26; HODGES, Henry. Technology
in the ancient world, New York: Barnes & Noble Books, 1970, p. 92
[7] KI-ZERBO, Joseph,
História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África, Brasília :
UNESCO, 2010, p.824
[8] JOHNSON, Paul. História
Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 34
[9] CARDOSO, Ciro
Flamarion. O Egito antigo. Coleção Tudo é história, n° 36, São
Paulo:Brasiliense, 1986, p.35; KHUON, Ernst. Vieram os deuses de outras
estrelas ? São Paulo:Melhoramentos, 1972, p.223
[10] MOKHTAR, Gamal.
História geral da África, II: África antiga, Brasília : UNESCO, 2010, p.124
[11] CROUZET, Maurice.
História Geral das Civilizações: O Oriente e a Grécia Antiga: as civilizações
imperiais, v. I, Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1998, p. 168
[12] http://www.pbs.org/wgbh/nova/lostempires/obelisk/cutting.html
[13] https://en.wikipedia.org/wiki/Egyptian_pyramid_construction_techniques
[14] http://www.cheops-pyramide.ch/khufu-pyramid/stone-cutting.html
[15] GRIMBERG, Carl.
História Universal: a aurora da civilização, v.1, Chile:Publicações Europa,
1989, p. 41
[16] https://www.fascinioegito.sh06.com/maquinaria.htm
[17] BRONOWSKI, J. A
escalada do homen, São Paulo:Martins Fontes, 1979, p.125
[18] MOKHTAR, Gamal.
História geral da África, II: África antiga, Brasília : UNESCO, 2010, p.131
[19] TOTH, Max; NIELSEN,
Greg. A força das pirâmides, São Paulo:Record, 1976, p.81
[20] CHILDRESS, David
Hatcher. A incrível tecnologia dos antigos, São Paulo:Aleph, 2005, p. 271;
MOKHTAR, Gamal. História geral da África, II: África antiga, Brasília : UNESCO,
2010, p.37
[21] ALVAREZ, Lopez. O
enigma das pirâmides, São Paulo:Hemus, 1978, p.72
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