sábado, 21 de novembro de 2020

Recife holandês

 

O viajante Henry Koster em fins do século XVIII descreve que “Recife é um lugar próspero, aumentando dia a dia em importância e opulência”. Os artífices se organizavam em locais como a rua dos Ferreiros, a rua dos Calafates, a rua dos Carvoeiros, a rua dos Tanoeiros, a rua dos Barbeiros, dos Ourives e dos Caldeireiros. Lemos Brito contesta a suposta superioridade da colonização holandesa no Brasil: “dificilmente o Brasil teria alcançado o desenvolvimento de seu espírito nacional sob o pulso de ferro dos governos holandeses. A não ser em Recife, onde Maurício de Nassau se fez cercar de fausto e conforto, construindo moradias e pontes (como a ponte de Recife) que assegurassem sua defesa e trazendo arquiteto e pintores, tão do seu refinado gosto, que é que ficou da longa dominação holandesa no Brasil ?”.[1] Antes da inauguração da Ponte do Recife em 1644, atual Ponte Mauricio de Nassau, projetada pelo arquiteto judeu Baltazar de Affonseca, o Conde de Nassau divulgou amplamente que na inauguração da ponte faria um Boi Voar, o que foi possível com uso de um engenhoso mecanismo de cordas e roldanas e um boi empalhado.

[1] BRITO, José Gabriel Lemos. Pontos de partida para a história econômica do Brasil. Brasiliana v. 155, São Paulo:Cia Editora Nacional, 1980, p.54



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