Em Lagash o rei Entemanna em 3000 a.c. construiu um canal que se estendia do sul do Tigre até o meridiano 46 do Eufrates. Um outro canal chamado Nahrwan paralelo ao Tigre de Bagdá a Kut al Amara se estendia por 320 km e 120 metros de largura [1]. Sprague de Camp destaca que tão importante era a irrigação na babilônia que uma maldição comum da época era “que seu canal possa ser preenchido com areia”.[2] O Tigre e Eufrates possuem um curso muito mais irregular que o Nilo vem como de seu período de inundações, devido ao maior acúmulo de lodo em seu leito.[3] Quando o rei assírio Sargão II invadiu a Armênia em 714 a.c. ele conheceu um sistema de irrigação até então desconhecido na Mesopotâmia, o qanat (em árabe, de origem semita que significa cavar) ou kariz (em persa) [4] que era dotado de diversos poços verticais que permitiam acesso a um canal horizontal que levava a água do aquífero para as cidades sem os riscos de contaminação ou evaporação no trajeto. Sendo água filtrada pela terra, o fluxo era seguro e limpo, por isso era ideal tanto para beber como para rega. A tecnologia se difundiu assumindo diferentes terminologias: karez (Afeganistão e Paquistão), kanerjing (China), falaj (Emirados Àrabes Unidos) e foggara / fughara (África do Norte).[5]
[1]CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books,
1963, p. 52
[2]CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books,
1963, p. 46
[3]CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books,
1963, p. 51
[4]CAMP, L. Sprague de. The ancient engineers, New York: Ballantine Books,
1963, p. 61
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