Flinders Petrie descobriu em 1881 próximo as pirâmides
de Gizé um cilindro de granito (UC16036) [1] da IV
Dinastia (2613-2494 a.c) conhecido como “Núcleo 7” que revela um notável
conhecimento técnico dos egípcios que conseguiam perfurar o granito com brocas.
A presença de traços no cilindro de forma contínua em espiral não poderia ser
conseguida com uso de furador de arco, tampouco seria possível instrumentos de
cobre perfurar o granito.[2] Edwards
conclui com uma hipótese da qual a ciência não oferece qualquer respaldo: “constituindo-se o cobre, ao que se sabe, no
único metal que os egípcios possuíam antes do médio Império, supõem-se que
eles empregavam um processo, hoje
perdido, para dar ao cobre uma têmpera extremamente dura; esta hipótese, porém
ainda não pode ser provada”.[3] Para
Flinders Petrie considera que o cofre de granito da Câmara do Rei da Pirâmide
de Gizé foram feitos com brocas de tubo, as quais deixam um miolo central, com
traços no cilindro. Só depois que todos os buracos foram feitos e todos os
miolos removidos é que o cofre deve ter sido trabalhado manualmente para
atingir a dimensão desejada. Nas brocas modernas o cilindro de corte é de aço e
as pontas de diamante.[4] Dificilmente
os artesãos poderiam ter perfurado cerca de 20 centímetros de granito sem
precisar remover suas brocas, o que revela o uso de máquinas de furar.[5] Petrie
observa que o uso de brocas para furar pedras já era conhecido da I Dinastia.[6] Segundo
Zaba, após analisar o desenvolvimento da matemática, medicina e de construção
dos egípcios: “devemos estudar com apreço
as ciências dos antigos [...] impõe-se proceder a revisão radical de nossos
conceitos em relação aos temas da ciência egípcia, que até agora constituíram
objeto de tratamento demasiadamente desfavorável”.[7] Kurt Lange se refere a vestígios de instrumentos egípcios dotados de longa
haste de madeira tornada pesada por meio de blocos de pedra terminada por duas
cavilhas de madeira que deviam arrastar a broca de pedra cônica. Os blocos de
pedra deviam funcionar como volantes enquanto o eixo central girava tendo areia
úmida como abrasivo.[8] Seton
Lloyd sugere o uso de brocas e serras feitas com algum material abrasivo para
modelagem das pedras. Martelos e esferas feitas de dolerite podem ter sido
usados para o trabalho com a pedra. Polias e cabrestantes não eram conhecidos e
não há também evidências do uso de rodas antes do Novo Reino. Os únicos
instrumentos disponíveis eram alavancas, trenós e roletes e uma espécie de
molinete espanhol para torcer cordas.[9]
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