terça-feira, 13 de outubro de 2020

Invenção da roda

 

Carroll Quigley indica a roda como invenção da Mesopotâmia por volta de 4000 a.c. encontrada em Hassuna que mostra uma roda raiada num pedaço de cerâmica. A roda era adaptável à sua ampla e nivelada superfície da planície aluvial da Mesopotâmia do que por exemplo à estreita faixa rochosa do Egito.[1] Gordon Childe  mostra a figura de um trenó encontrada em um tablete de argila da Mesopotâmia em um templo de Ianna na Suméria datado de 3500 a.c. [2]. Diversos túmulos reais em Kish, Susa e Ur mostram carruagens representadas como no padrão de Ur datado de 2500 a.c. Em sedimentos que datam de 3200 a.c. na cidade de Uruk foram encontrados pictogramas de trenós sob rodas, uma das mais antigas representações do uso da roda.[3] Em Mari foi encontrada uma escultura de um carro de guerra com rodas maciças[4]. A cidade suméria de Mari localizada no Eufrates na fronteira com a Síria fundada no terceiro milênio a.c. foi destruída por Hammurabi no século XVIII a.c.[5] Uma das mais antigas representações da roda foram encontradas em um estandarte na cidade de Ur em um mosaico que representa um carro de guerra datado de 2500 a.c.[6], descoberto por Leonard Wolley [7] em 1927 num dos mais antigos túmulos do cemitério real. A cidade de “Ur dos caldeus” é mencionada na Bíblia (Gn 1:28-31; Ne 9:7). O estandarte é formado por conchas, pedra calcária vermelha e lápis lazuli numa base de betume e presume-se que formasse a caixa de ressonância de um instrumento musical. Veículos de rodas são representados no Norte da Síria em 3000 a.c.[8] Modelos em Gawra mostram carroças de duas a quatro rodas datados de 3000 a.c. Cerca de 2000 a.c. veículos de rodas eram usados nos vales do Indo até a Síria [9]. No vale do Indo são entrados registros desde 2500 a.c.

[1]QUIGLEY, Carroll. A evolução das civilizações, Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961, p.157

[2]CHILDE, Gordon. Rotary motion. SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.I. Oxford Clarendon Press, 1958, p.206

[3]FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 135

[4]Readers's Digest. As grandes civilizações desaparecidas, Lisboa:1981, p.245; GOWLETT, John. Arqueologia das primeiras culturas. Barcelona:Folio, 2008, p.185

[5]CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. São Paulo:Palas Atena, 1990, p.92; EYDOUX, Henri Paul. Á procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 66

[6]QUIGLEY, Carroll. A evolução das civilizações, Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961, p.158; FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 196

[7]ROAF, Michael. Mesopotãmia v.I, Lisboa:Ed. Del Prado, 1996, p. 90

[8]CHILDE, Gordon. A evolução cultural do homem, Rio de Janeiro:Zahar, 1966, p.128

[9]CHILDE, Gordon. O que aconteceu na história, Rio de Janeiro:Zahar, 1977, p.86



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