Entre os deuses gregos Hefesto / Héphaistos [1] (Vulcano para os romanos) deus da metalurgia e do fogo, cujos símbolos são um martelo de ferreiro, uma bigorna e uma tenaz, embora por vezes tenha sido retratado empunhando um machado. Hefesto também era conhecido como Chalkeús (χαλκεύς), "o artesão de cobre" ou Klutotéchnes (κλυτοτέχνης), "célebre artífice", e que na Ilíada é descrito como tendo fabricado a armadura de Aquiles. Humphrey Kitto mostra na Grécia antiga entre os ofícios apenas os ferreiros com Hefesto e os oleiros com Prometeu possuem divindades protetoras sendo os homens que praticam tais ofícios conhecidos como demiourgi.[2] Hefesto é descrto como o artesão divino sempre disposto a executar qualquer trabalho com a ajuda dos Cíclopes ferreiros [3]. Homero no canto oitavo da Odisseia narra a história de Ares e Afrodite na qual Hefestos forjou uma rede de ferro, tal como um tecido fino e tão diáfana que era invisível. Zeus e Hera tiveram como filho Hefesto que nasceu coxo, feio e deformado, com pés tortos, sendo motivo de riso entre os demais deuses do Olimpo, o que reflete o desprezo grego pelos artesãos.[4] Em outra versão Hefesto teria sido lançado para a Terra pelo pai Zeus depois que numa discussão Hefesto havia tomado a defesa da mãe Hera. No relato de Homero, ele despencou durante nove dias e noites até cair no oceano, onde foi criado pelas ninfas Tétis (mãe de Aquiles) e Eurínome. Hefesto exercia seu ofício nas forjas de Lemnos ou do Etna, era feio e coxo, o que era um reflexo pelo desprezo ao trabalho (por ser artesão jamais poderia de igualar em beleza e perfeição aos demais deuses)[5] e auxiliado pelos gigantes Ciclopes que tinham um único olho no meio da testa.[6] Hefesto era casado com Afrodite, a união da perícia com a beleza, no entanto embora os ferreiros gozassem de alguns dos privilégios dos poetas eles não tinham o mesmo prestígio social.[7]
[1]JARDÉ, A. A Grécia
antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.17
[2]KITTO, Humphrey Davey Findley. Os gregos. Coimbra:Armenio Amado,
1970, p. 69
[3]GRIMAL, Pierre, A mitologia grega, São Paulo: Brasiliense, 1953, p. 48
[4]FLORENZANO, Maria
Beatriz. O mundo antigo: economia e sociedade. São Paulo:Brasiliense, 1986, p.
20
[5]FLORENZANO, Maria
Beatriz. O mundo antigo: economia e sociedade. São Paulo:Brasiliense, 1986, p.
20
[6]JARDÉ, A. A Grécia
antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.132
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