Maria Longhena explica que “inca” era o título dado ao soberano, tal como “César”, de modo que, a rigor, a expressão “império inca” é anacrônica pois entre o povo inca o império era conhecido como Tahuantinsuyo, o que significa “as quatro partes do mundo”[1] sendo Cusco o “umbigo do mundo”[2], capital e sede do poder central. Henri Favre, contudo, observa que os autores antigos não se referem a Cusco como umbigo do mundo.[3] Sancho de la Hoza ao descobrir Cusco julgou-a “digna de ser vista pela Espanha [..]. Ela está repleta de palácios senhoriais” sendo a cidade encimada pela imponente fortaleza de Sacsaihuaman.[4] Segundo Garcilaso de la Veja em Comentarios Reales de 1607-16117 “Cusco era o centro do império dos Incas e que este nome não lhe fora mal imposto já que na linguagem particular dos Incas, ele significava o umbigo da Terra”.[5]
[1] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.58
[2] MOUSNIER, Roland. Os
séculos XVI e XVII. Tomo IV, 2° volume, História Geral das Civilizações, São
Paulo:Difusão, 1957, p. 40
[3] FAVRE, Henri. A
civilização inca, Rio de Janeiro: Zahar, 1987, p.69
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