terça-feira, 22 de setembro de 2020

Relógios de água e sol no Egito

 

As primeiras evidências do uso de relógios de água ou clepsidra no Egito usados na astronomia para mapear estrelas em movimentado é encontrado por volta de 1520 a.c. na inscrição do príncipe Amenemhat (que significa Amon está no comando): um vaso contendo em seu interior uma balança que marcava as horas e um buraco no qual se ajustava um tampão finamente perfurado, um furo diminuto pelo qual escapava a água lentamente.[1] A clepsidra era usada para medir tempos curtos  através do escoamento  de uma certa quantidade de água [2]. Relógios de sol foram encontrados no tempo de Tutmés III (1490 a 1436 a.c): uma peça lisa de madeira com cinco divisões e um braço suspenso em uma das extremidades. Relógios de estrelas foram encontrados nos túmulos de Ramsés VII (cerca de 1142 a.c) e outros soberanos.[3] Apesar da presença de clepsidras [4] e gnomos - gnomon, as pessoas não se preocupavam com a marcação da hora, que era reservada ao interesse de religiosos para consultas em suas práticas do culto divino. O gnomon era uma vara simples plantada verticalmente numa prancha graduada, dotada de um fio de prumo. O instrumento era usado para medir o tempo de irrigação.[5] No relato da fuga de Sinuh assim como no papiro Abbott que relata um inquérito judicial , por exemplo, o narrador se limita a se referir a “hora da refeição da noite” sem especificar a hora.[6]

[1]TERESI, Dick. Descobertas perdidas, São Paulo:Cia das Letras, 2008, p.126; RONAN, Colin. História Ilustrada da Ciência: das origens à Grécia. São Paulo:Círculo do Livro, 1987, p.26

[2]TATON, René. A ciência antiga e medieval, São Paulo:Difusão, 1959, tomo I, v.I, p. 30, 56

[3]RONAN, Colin. História Ilustrada da Ciência: das origens à Grécia. São Paulo:Círculo do Livro, 1987, p.26; LEACH, E. Primitive time reckoning. IN SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, Oxford Clarendon Press, 1958, p. 112

[4]CASSON, Lionel. O antigo Egito. Rio de Janeiro:José Olympio, 1969, p.159

[5]MOKHTAR, Gamal. História geral da África, II: África antiga, Brasília : UNESCO, 2010, p.143

[6]MONTET, Pierre. O Egito no tempo de Ramsés: a vida cotidiana, Sâo Paulo:Cia das Letras, 1989, p.48



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