Alguns historiadores se referem ao período marcado pelo surgimento das primeiras poleis, dos poemas homéricos e da escrita grega como um “Renascimento Grego”. Segundo Herodoto (V, 58-61), o rei Cadmo dos fenícios, havia transmitido o alfabeto aos gregos quando chegou a Beocia. A escrita grega derivada do alfabeto fenício iria incluir as vogais. Desta forma o alpha grego originalmente denotava uma consoante gutural peculiar em todas as línguas semíticas o alef, assim como beta tem origem em beth que significa casa, gamma tem origem em gimel que significa camelo, e delta tem origem em daleth que significa porta.[1] Entre as mais antigas inscrições do grego encontram-se quatro letras gregas ilegíveis encontradas em uma tumba em Osteria dell'Osa; uma inscrição no ombro de uma jarro de vinho (enócoa) fabricada na oficina do Dipylon em Atenas em 750 a.c.; uma inscrição num fragmento de taça (kylix) de meados do sec. VIII em Rodes com o texto “eu sou o kylix de Qoragos” e a inscrição na chamada "taça de Nestor" encontrada na Eubeia, que compõe-se de três linhas em hexâmetro: "eu sou a taca de Nestor, quem beber desta taça, logo o tomara o desejo de Afrodite de bela coroa" numa referência a um trecho da Ilíada.[2] Segundo Robb (1978) e Gourbeillon (1982) a origem da escrita alfabética grega é a poesia, no entanto, segundo Mario Lombardo: "Com efeito. a observar as fases iniciais da experiência escritura grega, o domínio das transações econômicas parece ter uma importância primordial, na medida em que se lhe atribui com muita frequência um papel original e fundamental na leitura dos processos de introdução e de difusão da escrita alfabética, que teria encontrado ai seu campo prioritário e privilegiado de utilização e de funcionalidade". A escrita alfabética, portanto, é anterior ao surgimento da polis e foi uma invenção originada da atividade mercantil e artesanal.[3]
[1]HARRIS, J. O legado do
Egito, Rio de Janeiro:Imago, 1993, p.225, 272
[2]SARIAN, Haiganuch. A escrita alfabetica grega: uma invencao da polis? A
contribuicao da arqueologia. Classica, Sao Paulo, v. 1111 2, n. 1111 2, p.
159-1 77, 1998
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