A placa de pedra calcária de Kish de 3500 a.c.
é a mais antiga escrita pictográfica conhecida com sinais para mãos, pés e
trenó. Inventada pelos sumérios por volta de 3000 a.c. em Uruk com cerca de 900
sinais[1] a escrita cuneiforme foi adotada pelos Acadianos, Babilónicos, Elamitas,
Hititas e Assírios. Na primeira etapa Uruk IV escrevia-se em tabuinha de argila
numa escrita ideográfica ou logográfica em cada sinal representava uma ideia. Entre
os registros mais importantes destacam-se as tabuinhas de argila encontradas em
Girsu (Lagash) e Enlil (Nippur) com registros de listas de rações a serem
distribuídas (óleo, cevada, etc) bem como recibos e contas para gestão do templo.[2] As tabuletas era blocos de argila geralmente quadrados de cerca de 7,5
centímetros de largura que cabia confortavelmente nas mãos.[3] Na segunda etapa Uruk III os sinais são mais evoluídos e abstratos predominando
as linhas retas sobre as curvas, as tabuinhas maiores, possivelmente
representando registros contábeis. As placas de argilas secas ao sol poderiam
ser modificadas caso umedecidas, enquanto que as placas queimadas em fornos
constituíam um suporte durável, garantindo a inviolabilidade da correspondência
pessoal e comercial. No período
dinástico 2900 a.c. a 2334 a.c. a escrita tornou-se mais linear mudando a
escrita do sentido vertical para o horizontal, da esquerda para a direita[4].
Os selos cilíndricos que indicavam a propriedade de um objeto possivelmente
foram outros possíveis antecessores da escrita.[5] Foi através da escrita cuneiforme elaborada dos babilônios e assírios que os
arqueólogos suspeitariam da existência de um povo ainda mais antigo da qual a
escrita pudesse ter evoluído, o que viria a ser confirmado com a descoberta de
vestígios da Suméria. Após conquistar Maria o rei Hammurabi mandou inventariar
os arquivos do Palácio levou consigo a informação obtida. Em Ebla no palácio
real foram encontradas tabuinhas em escrita cuneiforme que cobre o mandato de
três soberanos do século XXIV a.c. mantidos numa biblioteca. A biblioteca em
Ebla é considerado o maior arquivo do terceiro milênio a.c. e com documentos que
mostram as relações com outros Estados, ao contrário de outros arquivos
encontrados na Mesopotâmia da mesma época (Uruk, Ur, Nippur, Fara, Adab ou
Lagash) que se caracterizam por temáticas locais próprias de suas cidades Estado.[6] Dos arquivos do templo de Uruk / Erech bíblico[7] na Suméria a qual uma lenda judaica atribui a Nemrod (Genesis 10:8) foram
encontradas uma série de tabuletas com registros de pictogramas que datam da
metade do século IV a.c . São empregados dois métodos: o primeiro consistia na
marcação do pictograma com linhas com a intenção de variar seu significado, o segundo
era utilizar um novo pictograma não para significar uma ação ou coisa, mas um
som. O intercâmbio entre Uruk e o Egito está presente também em selos
cilíndricos e vasilhas com asas e bicos característicos de Uruk encontrados no
Egito.[8] Arnold
Toynbee data a escrita na Suméria do quinto milênio a.c.[9] Gaston Maspero se admira pelo fato de que mesmo após intenso intercâmbio de
caravanas que visitavam o Egito o uso do papiro não tenha se difundido entre os
caldeus, pois possivelmente tiveram conhecimento da técnica de escrita egípcia.
O uso das tabuletas de argila permitiu uma maior conservação da escrita
caldeia. [10].
[1]EYDOUX, Henri Paul. Á
procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 63
[2]SILVA, Armando Malheiro. Arquivística: teoria e prática de uma ciência da
informação, Porto: Afrontamento, 2009, p.46
[3]MANGUEL, Alberto. Uma
história da leitura, São Paulo: Cia das Letras, 1997, p. 149
[4]GONTIJO, Silvana. O
mundo em comunicação, Rio de Janeiro:Aeroplano, 2001, p.37
[5]ROAF, Michael. Mesopotãmia
v.I, Lisboa:Ed. Del Prado, 1996, p. 67, 68
[6]https://historiaeweb.com/2018/08/24/archivos-de-ebla/
[7]ROAF, Michael. Mesopotãmia
v.I, Lisboa:Ed. Del Prado, 1996, p. 59
[8]ROAF, Michael. Mesopotãmia
v.I, Lisboa:Ed. Del Prado, 1996, p. 65
[9]TOYNBEE, Arnold. A
humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.46
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