O observatório de Tycho Brahe conhecido como Uraniborg[1] – Cidade do céu (em homenagem a dusa grega Urania, musa da Astronomia que segura em uma de suas mãos o globo terrestre a na outra um tubo astrônomico para observar os céus) , construído em 1576 na ilha de Hveen na Dinamarca sob patrocínio do rei Frederico II[2] (1534 – 1588) que atua como mecenas e que mantinha correspondência científica internacional com outros soberanos orientais[3] (não confundir com Frederico II da Sicília 1272–1337, também conhecido como Frederico II de Aragão, rei da Sicília, ou com Frederico II de Hohenstaufen 1194-1250 do Sacro Império Romano Germânico). Tycho Brahe queixou-se de plágio de suas medições o que teria ocorrido na obra Fundamentum Astronomicum de Reimarus / Reimarius Ursus publicada em 1588 após visita ao observatório de Tycho Brahe.[4] Reimarius trabalhava com o noivo da irmã de Tycho Brahe e tornou-se o matemático imperial de Rodolfo II. Tycho Brahe referia-se a Reimarus como “Ditmarsken Bear” ou “Plagiário” e o acusou de ter feito secretamente vários desenhos dos instrumentos que pode observar em Hveen e depois de sua partida tentou convencer seus senhores de que seria ele o inventor de tais instrumentos. John Gade, contudo, considera a acusação de Tycho Brahe injusta. Em 1593, Reimarus respondeu às acusações em um jornal de astronomia onde se queixa das "palavras ousadas para um homem sem nariz" em referência a falta de nariz que Tycho Brahe perdeu em um duelo quando jovem e mencionou que Johannes Kepler, já um astrônomo famoso, ficou do seu lado na disputa.[5] No modelo de Tycho Brahe a terra permanece imóvel e as órbitas de Marte e do Sol não se interseccionam. No modelo de Ursus a Terra tem um movimento de rotação e as órbitas de Marte e do Sol se interseccionam. Quando em 1600 Tycho Brahe finalmente ameaçou Ursus de processo, então professor de matemática em Praga, Ursus foi acometido por tuberculose e veio a falecer.[6]
[1] SARTON, George. Six wings, men of science in the Renaissance,
Bloomington: Indiana University Press, 1957, p. 64
[2]MOSLEY, Michael.Uma
história da ciência. Rio de Janeiro:Zahar, 2011, p. 24; TATON, René. A ciência
moderna: o Renascimento, tomo II, v.I, São Paulo:Difusão, 1960, p. 85
[3]TATON, René. A ciência
antiga e medieval: a Idade Média, tomo I, v.III, São Paulo:Difusão, 1959, p.
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[4]MOURÃO, Rogério. Dicionário
de astronomia e aeronáutica, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, p.678
[5]https://io9.gizmodo.com/savor-this-historic-battle-between-three-famous-scient-1668103032
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