Moses Finley observa que
o prestígio de Delfos, conhecido pelos gregos como “o umbigo (omphalos) do mundo”[1] foi em parte devido aos
governantes que promoviam os acertos do Oráculo, inventavam profecias quando
não havia nenhuma e justificavam suas previsões errôneas contribuindo desta
forma para a construção de uma aura de credibilidade em torno de suas previsões:
”tendo exaltado Delfos como o tinham
feito, já não podiam dispensar um instrumento tão poderoso sem correr riscos”.[2] Segundo Pausânias o onfalo
era o símbolo do centro cósmico, onde se cria a comunicação entre o mundo dos
homens, o mundo dos mortos e o mundo dos deuses. Entre os judeus Ezequiel
também se refere a Jerusalém como o centro da terra ou umbigo do mundo (Ez
38:12, Ez 5:5). Isaías anuncia que na renovação da Criação Jerusalém será
designada por um nome novo (Is 62:2).[3] O Talmud é mais eloquente:
“Como o umbigo está localizado no centro
do homem assim Israel está no centro do mundo”. O Oráculo de Delfos estava
localizado nas encostas do Monte Parnaso dedicado inicialmente ao culto de Geia
e Poseidon e depois a Apolo.[4] Onfalo ou Ônfalo (em
grego: Ὀμφαλός) é uma palavra de origem grega que significa umbigo.
[1]ULRICH, Paul. Os grades
enigmas das civilizações desaparecidas, Grécia, Roma e Oriente Médio, Rio de
Janeiro, Otto Pierre Ed, 1978, p.42; SALVAT. Maravilhas do mundo, v. 3, Rio de
Janeiro: Salvat, 1985, p.133; WESTWOOD, Jenifer. Lugares Misteriosos, Vol. 1,
São Paulo:Ediciones del Prado, 1995, p. 53; LEXIKON, Herder. Dicionário de
símbolos, São Paulo:Cultrix, 1990, p. 149
[2]FINLEY, Moses. Economia
e sociedade na Grécia antiga, São Paulo:Martins Fontes, 2013, p. XVIII
[3]ELIADE, Mircea.
História das crenças e das ideias religiosas, Tomo II, vol. 2, Rio de
Janeiro:Zahar, 1979, p. 17
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