Na descrição de sociedade ideal Aristóteles na sua obra A Política descreve que escravos e artífices não participam da cidadania e tampouco podem alcançar os ideais de perfeição: “pois não é possível cuidar da virtude enquanto se vive a vida de artífice ou de escravo [...] a melhor forma de governo não irá admitir mecânicos como cidadãos”. [1] O próprio Aristóteles tinha nove escravos sem incluir os respectivos filhos[2] e defendia a tese racial de que os helenos haviam nascido para serem senhores e os não helenos para serem escravos.[3] O seu sucessor Teofrasto teve sete escravos.[4] Platão menciona em seu testamento cinco escravos, ainda em que ele mesmo tenha sido escravo quando enviado por Dionisio I para Egina e seu navio foi capturado por espartanos sendo conduzido entre os escravos[5]. Paltão foi resgatado do mercado de escravos pelo amigo Anicérides de Cirene que o enviou de volta para Atenas com dinheiro suficiente para fundar sua Academia.[6] No livro As leis Platão escreve: “Qualquer pessoa, desde que goze de perfeita sanidade mental, poderá tomar, se o desejar, seu próprio escravo e empregá-lo para qualquer finalidade legal; e em nome de um outro homem(...) ele poderá botar suas mãos sobre o escravo foragido a fim de assegurar a sua salvaguarda”.
[1] MONROE, Paul. História da educação. São Paulo:Cia Editora Nacional, 1974, p.69; DURANT, Will. A história da filosofia, São Paulo:Nova Cultural, Coleção Os pensadores, 2000, p.97; VEYNE, Paul. O império romano. In: RIÉS, Philippe; DUBY, Georges. História da vida privada: do império romano ao ano mil, v.1, São Paulo:Cia das Letras, 1990, p.125
[2] GLOTZ, Gustavo. História Econômica da Grécia, Lisboa:Cosmos, 1973, p. 182
[3] TOYNBEE, Arnold. A humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.263
[4] FINLEY, Moses. Los griegos de la antiguedad. Barcelona: Editorial Labor, 1966, p. 73
[5] https://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o
[6] STRATHERN, Paul. Platão em 90 minutos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997, p. 24
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