Na República, Platão observa que “se queremos que a
inata inteligência da alma se volte para
genuíno estudo da astronomia, temos de proceder, como fizemos em
geometria, por meio de problemas, e deixarmos de observar o ceu estrelado”.[1]
Em De philos Aristóteles defende que os astros tenham movimento inteligente
voluntário, porém mais tarde irá abandonar esta ideia e atribuir ao éter
luminoso, o puríssimo fogo superior, ou quinta essência também denominado por
Parmênides como o Olimpo[2], o
movimento circular dos astros engastados em esferas celestes movidas por
inteligências motoras[3] de modo
que quanto mais afastados do Primeiro Motor menos perfeito seu movimento que
deixa de ser circular na região sublunar onde a ação do ceu superior se esgota
de modo que em lugar do movimento circular eterno temos o movimento retilíneo
limitado entre um princípio e fim[4]. Na
concepção do universo no Timeu de Platão, a totalidade do mundo sensível
é um ser vivo com alma e corpo onde cada um dos astros são "engendrados
como corpos vivos vinculados às almas”. Os astros são, portanto, tal como o
homem entidades duais com uma alma aprisionada num corpo (Leis 898). Na segunda metade do século III a.c. um livro sobre
Transformações em astros (Catasterismoi) atribuído a Eratóstenes de Cirne para conferir maior credibilidade reúne mitos em que o herói ou
heroína ao morrer era colocado entre as constelações. [5] Segundo Pseudo-Apolodoro, depois que a Lua se apaixonou por Endimião, que era muito belo, Zeus ofereceu a ele escolher o que quisesse; ele escolheu dormir para sempre, para permanecer sempre jovem e imortal, por isso a lua é a morada das almas que se libertam da carne. [6]
[1]
FINLEY, Moses. Los griegos de la antiguedad. Barcelona: Editorial Labor, 1966,
p. 124
[2]
MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: v.I , São Paulo: Mestre Jou, 1964, p.
66
[3]
MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: desde Aristóteles até os neoplatônicos,
São Paulo: Mestre Jou, 1973, p. 14
[4]
MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: desde Aristóteles até os neoplatônicos,
São Paulo: Mestre Jou, 1973, p. 259
[5]
GRIMAL, Pierre, A mitologia grega, São Paulo: Brasiliense, 1953, p. 18
[6] https://pt.wikipedia.org/wiki/Endimi%C3%A3o
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