quarta-feira, 22 de julho de 2020

Fílon de Alexandria

Em Alexandria onde havia uma florescente comunidade judaica foi preparada por setenta rabinos a Septuaginta o nome da versão da Bíblia hebraica traduzida em etapas para o grego koiné, entre o século III a.C. e o século I a.C.[1] Esta mescla do pensamento grego com o hebreu pode ser observada na Palestina do século III a.c. com o livro de Eclesiastes. Fílon (30 a.c. – 50 d.c.), considerado o “Platão hebreu”, é um exemplo de judeu alexandrino que integra elementos das duas culturas.[2] Para Fílon a ciência humana é um empreendimento destinado a uma procura contínua, sem fim: “Assim como alguns cavadores de poços, muitas vezes, não encontram a água procurada, assim também aqueles que avançam na ciência e insistem cada vez mais  não conseguem alcançar-lhe o fim. Os doutos acusam a própria ignorância, reconhecendo unicamente  quando se acham longe da verdade. Afastando-se da verdade, a dificuldade de procurá-las e acha-la gera as disputas.  Nas infinitas coisas de que tratam a lógica, a ética e a física nascem inumeráveis discussões. Que nos resta então senão a necessidade de se suspender o juízo ?”.[3] Para Fílon, o conhecimento humano é incapaz de encontrar a verdade.[4]

[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Septuaginta

[2] MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: desde Aristóteles até os neoplatônicos, São Paulo: Mestre Jou, 1973, p. 179

[3] MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: desde Aristóteles até os neoplatônicos, São Paulo: Mestre Jou, 1973, p. 187

[4] MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: desde Aristóteles até os neoplatônicos, São Paulo: Mestre Jou, 1973, p. 287



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