sábado, 25 de julho de 2020

Feira de Champagne

As feiras de Champagne estabeleciam uma relação entre os países baixos e a Itália desde o século XII até o século XIV. As guildas comerciais surgidas especialmente após o final do século XII controlam a economia urbana estabelecendo uma relação direta entre produtores artesãos e meios de produção. Somente nas cidades flamengas e italianas chegou a surgierum estrato assalariado de trabalhadores urbanos de certa importância. Em Florença, Basileia, Estrasburgo e Gand tais guildas de artesãos ocuparam posições importantes no poder político municipal.[1] Os tecelões mais ricos não somente viajavam às feiras em Champagne para vender seus tecidos como empregavam tintureiros e tecelões bem como pequenos mestres de outros ofícios. Uma ordenança de 1270 mostrava uma clara distinção entre tecelões que distribuíam o trabalho e os mestres tecelões que eram empregados por eles. As feiras de Champagne pela utilização de letras de crédito exercem papel fundamental na expansão do comércio medieval[2]. No início do século XIII o rei francês Filipe Augusto deu salvo conduto régio aos mercadores que se dirigissem para a feira de Champagne. [3] Feria em latim significa dias de festa ou repouso, ocasião em que os mercadores organizavam suas mercadorias em praça pública, e que passaram a ser conhecidas como feiras.[4] Em Flandres do século XIV haviam diversas feiras, com as de Ypres, Thourout, Lille e Messine.[5] No final do século XIII as feiras entram em declínio com o incremento do comércio marítimo entre o Norte da Europa e o Mediterrâneo.[6]

[1] ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo, Porto: Afrontamento, 1982, p. 215

[2] PERROY, Edouard. A idade média: o período da Europa feudal (sec. XI - XIII), tomo III, v. 2, São Paulo:Difusão Europeia, 1974, p. 133

[3] JÚNIOR, Hilário Franco. A idade média nascimento do Ocidente, São Paulo:Brasiliense, 2004, p.41

[4] PIMENTA, Reinaldo. A casa da mãe Joana. Rio de Janeiro: Campus, 2002, p. 91

[5] MONTEIRO, Hamilton. O feudalismo: economia e sociedade, São Paulo:Ática, 1987, p.66

[6] LOYN, Henry. Dicionário da idade média. Rio de Janeiro:Jorge Zahar, 1997, p.87



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